Em 2003 Olinto e Donatella se Amaram na Sicilia
Aquele verão de 2003 não foi marcado apenas pelas uvas com maturação ideal em toda Sicilia, o amor de Olinto por Donatella deixou marcas. Impossível ver qualquer um dos dois se o outro não estivesse ali, bem perto.
Risos, corridas pelos vinhedos e sumiços momentâneos eram rotina.
Olinto teve uma vida dura. Desprezo da família, dificuldades financeiras e até uma doença grave que ele venceu como vencem os bravos.
Donatella teve vida mais tranquila. O pai tinha vinhedos por toda a ilha, vendia vinhos como se vende guarda-chuva em Bruxelas.
Ela teve tempo de estudar, morar na América, aprender inglês, francês, alemão e um pouco de espanhol.
O brilho dos olhos de Olinto não deixava dúvida: era amor!
Donatella também dava claros sinais.
Acontece que Donatella nasceu e cresceu livre, com uma educação rígida, mas rebelde o suficiente para fazer o que lhe dava na telha.
Um dia um transportador chegou para buscar uns vinhos que iriam para os Estados Unidos e Donatella olhou no fundo dos olhos dele. Marino era alto, bonito, parecia aqueles jogadores de futebol que as mulheres pegam como exemplo de beleza em cada Copa do Mundo. Giacomo, o fofoqueiro dos vinhedos correu para contar o que viu. Olinto teve um mal estar. Uma dor absurda que correu pelo ventre, esquentou o rosto, deixou a cabeça confusa e os olhos marejados. Trancou-se no quarto e só saiu quando o telefonino (celular) tocou. Mal conseguiu falar com Donatella!
Perguntou logo se tinha o telefone do transportador e ela com naturalidade disse que sim.
Mais um mal estar seguido de uma discussão sem fim.
Donatella explicou que precisava sempre de um transportador e que precisava daquele número.
Olinto não conseguiu assimilar o golpe.
Saiu.
Na viagem para Roma os olhos lacrimejavam sem parar enquanto olhava para o telefonino.
Os vinhos daquela safra podem ser maravilhosamente degustados até hoje. Olinto nem olha para garrafas de 2003.
O telefonino nunca mais tocou!
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