domingo, 31 de outubro de 2010

Um Bom Vinho Pela Democracia!!!


Hoje é um dia para lembrar dos 29 anos que o brasileiro ficou sem votar. Desde 60, quando votou em Jânio Quadros, que depois renunciou, até 89, quando o país elegeu Fernando Collor, o povo via os presidentes entrarem e saírem sem poder dar nenhum palpite.

Isso não vale um brinde?

Não importa se o seu candidato ganhou ou perdeu, importa que teremos um presidente eleito pelo povo e a vontade do povo é soberana.

Isso vale um bom vinho!

Na Europa a Espanha e Portugal sofreram do mesmo mal que sofremos. Passaram anos escondidos em uma ditadura e só conseguiram avançar depois de sair dela.

Perceberam quantos avanços tivemos desde 89?

Eu já separei o meu vinho.

Oremus Tokaji Aszú 6 Puttonyos 2000 - Hungria - Esse é Ouro Líquido


Conforme prometi ontém, hoje falo sobre o 6 Puttonios que provamos em Ribeirão Preto, um dia antes do Encontro de Vinhos.
A Oremus pertence ao Grupo Vega Sicilia, é com certeza um vinho Único da Hungria.
O 6 Puttonyos é ouro líquido!
Deu pra comparar bem com o 5 Puttonyos.
A cor é de ouro mesmo!
No nariz se sente mai mel, caramelo, mais damasco, me lembrou aquela bala de leite da Kopenhagen.
Na boca a acidez impressiona. Dá um equilíbrio com a doçura incomparável que dá água na boca literalmente.
Notas cítricas.
10,5% de álcool.
Um vinho inesquecível!
Um final maravilhoso!
A foto também é linda. Foi o Silvestre que tirou.
Custa 325 reais na Mistral www.mistral.com.br

sábado, 30 de outubro de 2010

Oremus Tokaji Aszú 5 Puttonyons - Hungria


O Tokaji Aszú só pode ser produzidos em colheitas especiais.
Quando a podridão nobre encontra condições especiais para se desenvolver de forma única.
Provei este vinho oferecido pelo Arthur Cury, ao lado do Silvestre Tavares Gonçalves, do Daniel Perches e da Maria Inês Bairão, além do Arthur é claro.
A cor amarela, dourada.
No nariz tangerina, damasco seco, mel e casca de laranja.
Na boca a doçura encanta.
Uma acidez agradável que dá equilíbrio e vontade de beber, beber, beber...
Notas de tangerina e mel.
Tem 11,5% de álcool.
Final longo. Diria eterno!
Lembro do gosto até agora!
Só para ajudar na descrição, vou lembrar o que disse o grande escritor e filósofo Voltaire: Este vinho dá vigor a cada fibra do meu cérebro, e produz no mais profundo da minha alma, um estalo encantador de inteligência e bom humor...
Amanhã fala do 6 Puttonyos que tomamos na sequência.
O 2002 custa 272 reais na Mistral www.mistral.com.br

O Passado no Languedoc é o Futuro de Félix










Félix não tinha paixão maior no mundo do que os vinhedos.


Os pais venderam a propriedade no Laguedoc quando ele tinha 8 anos, mas ele nunca esqueceu os dias vividos por lá.


Morando em Paris e com uma vida nada fácil, Félix passava dias e noites planejando um verdadeiro Tour de France pelos vinhedos do Hexagone (modo carinhoso que os franceses chamam seu país pela forma de haxagono).


O trabalho como sommelier em um hotel 4 estrelas dava um dinheiro suficiente para vive sem luxo, mas bebia os melhores vinhos do mundo.


Félix não tinha carro (não precisava de carro em Paris), mas sua viagem teria de ser de carro. Queria parar nos vinhedos, conhecer as pessoas, lembrar da infância.


Um Peugeot 1982, bem usado, barato.


Esse foi o investimento de Félix para sua viagem.


De Paris até o Loire nenhum problema. Distância pequena, estrada boa, correu tudo bem.


Lá Félix conheceu uma lenda: o grande Didier Dagueneau.


Passou horas conversando com ele, cerca de 3 meses antes da morte do produtor na queda de um ultraleve.


De lá partiu para Bordeaux e a viagem que duraria cerca de 5 horas levou 12. O tal Peugeot cismava em esquentar. Um super aquecimento que seria normal se fosse verão, mas não era. Foi uma primavera de sonhos.


De Château em Château, Félix provou preciosidades, conheceu histórias fantásticas e de tempos em tempos lamentava o destino dos vinhedos dado pelos pais.


No caminho pelo sudoeste o carro deu sinais de fraqueza, subia com um esforço inimaginável.


Félix precisou parar para dormir em uma propriedade que produzia magníficos patés.


Nada de tempo perdido. Aquilo foi uma festa para os sentidos.


Seguindo para o Languedoc, o coração de Félix batia forte, os olhos ficavam molhados e o Peugeot seguia. Esquentando, parando, água, água, água...


Enfim, a chegada ao antigo vinhedo da família.


Félix precisou de mais de 1 hora para se recompor.


Os fantasmas do passado estavam em toda parte.


O lago onde nadava e pescava com o pai.


A escada onde caiu e ganhou uma cicatriz que vai carregar pro resto da vida.


E os vinhedos onde corria, brincava e passeava com o pai brincando com joaninhas.


-Bonjour, Monsieur Patrick est là?


Monsieur Patrick era pura simpatia. Deixou o garoto de mais de 30 anos à vontade.


Acompanhava os passos de Félix, mas evitava olhar para os olhos que lacrimejavam sem parar.


Entraram na adega e as lágrimas vieram acompanhadas de um choro incontrolável.


Foi lá que Félix provou um vinho pela primeira vez. Fora os pequenos goles, uma chupeta molhada no batismo e os vinhos misturados com água e açúcar, foi lá que o pai de Félix abriu uma garrafa e disse: Voilà, antes de irmos embora precisa conhecer o trabalho de seu pai. Embora seja muito jovem, não posso deixar de abrir uma garrafa de despedida.


O pai de Félix colocou pouco mais de um dedo de vinho em uma taça e disse para o filho: Coloque na boca. Deixe o vinho passear pela língua e boca. Tente deixar entrar um pouco de ar e agora cuspa.


Mais um dedo na taça e os dois conversavam sobre os aromas.


Por fim, mais um dedo de vinho e a autorização: beba!


Nunca mais Félix esqueceu aquele dia.


O pai vendeu os vinhedos para se tratar de um problema de saúde em Paris e perdeu a batalha contra a doença. A mãe morreu de tristeza pela falta do marido.


Depois do jantar Félix saiu para sentir o cheiro dos vinhedos na escuridão. Para ver o ataque dos javalis aos vinhedos mais próximos da estrada. Se sentiu de volta a infância.


No dia seguinte Monsieur Patrick preparou um presente especial.


Depois da despedida (agora Félix usava óculos escuros), Monsieur Patrick pegou uma caixa de vinhos e deu ao visitante.


Quando viu que se tratava da última safra produzida por seu pai Félix desabou no choro.


Entrou com rapidez no velho Peugeot para evitar o constrangimento e partiu.


No caminho passou pelo Rhône e Borgonha, mas parou apenas para dormir.


O carro deu trabalho em toda a viagem, mas chegou.


O trabalho recomeçou e a vida seguiu em frente.


2 anos depois, com muito sacrifício e uma bondade ímpar de Monsieur Patrick, Félix recomprou os vinhedos da família.


-Quando o passado teima em não sair da nossa mente, talvez ele seja nosso futuro...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O Melhor De Bordeaux Para os Estudantes. Uma Aula de Enoturismo!


A câmara de comércio e o escritório de turismo de Bordeaux não dormem no ponto.
Agora existe um ônibus que percorre os vinhedos de 400 châteaux da região.
O ônibus é dirigido aos estudantes para que não troquem o vinho pela cerveja em suas noitadas.
A campanha batizada de "Best of Bordeaux Bus" (nada francês esse título!), custa 15 euros por um dia inteiro, com encontro com os produtores, visita aos Grand Cru Clasées, percurso nos vinhedos e paisagens incríveis.
Saídas aos sábados somente uma ou duas vezes por mês (programação no site).
Começa em Novembro e vai até Maio.
Quem for para a região, vale a dica: Fone 00 33 05 56 00 66 24 ou no sitehttp://www.bordeaux-tourisme.com/pl/excursions_depart_bordeaux.pl?lg=fr&id=489&c2=10

Bahans Haut-Brion 2004 - Château Haut Brion - Pessac-Léognan - Graves - Bordeaux - França


O segundo vinho do Château Haut Brion é uma maravilha!
Este 2004 está ainda fechado, mesmo tendo sido decantado cerca de duas horas antes.
Bem jovem.
Tem 12,5% de álcool.
Cor rubi.
No nariz muita fruta. Groselha, cereja, flores, couro e alcaçuz.
Na boca a elegância característica dos grandes Châteaux de Bordeaux.
Taninos finos, boa fruta, boa acidez e equilibrio perfeito.
Final longo.


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Vem aí o Encontro de Vinhos OFF


Dia 25 de Abril de 2011, Segunda-feira, um dia antes da principal feira da América Latina, atraindo pessoas de todos os estados brasileiros e também de outros países que chegam à São Paulo para a Expovinis.
Um evento diferente, com espaço para palestras dos produtores, eleição dos top 5, espaço diferente, com pomar, a melhor pizza de São Paulo e descontração. Um verdadeiro culto ao vinho!
Das 12 às 22 horas, no Bendita Hora http://www.benditahora.com.br/
Rua Vanderlei, 795 - Perdizes
www.encontrodevinhos.com.br
www.vinhosdecorte.com.br

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Esclarecimento Sobre o Encontro de Vinhos de Ribeirão Preto


Alguns expositores nos perguntaram sobre um terceiro organizador do Encontro de Vinhos.
O terceiro organizador não existe.
A organização de todos os Encontros de Vinho é de responsabilidade de Daniel Perches e Beto Duarte, com o maravilhoso apoio da assessora de comunicação Sílvia Cintra Franco.
Só os três podem falar em nome do Encontro de Vinhos.
Seja em São Paulo ou em qualquer cidade brasileira.
Os dois são responsáveis pelas contas (sempre em dia), lucros ou prejuízos dos eventos.