sábado, 12 de fevereiro de 2011

Maldita safra de 2002!!!


Marcelo e Marina viviam numa euforia geral.
Os vinhos sempre foram um sucesso e eles aproveitavam o sucesso para aproveitar a vida.
Viajavam o mundo todo, curtiam a vida, se davam muito bem.
Marina acompanhava o trabalho de Marcelo de longe, preferia aproveitar junto com ele os frutos que os vinhos muito bem pontuados pelos críticos internacionais traziam.
Ele trabalhava dia e noite, mas na época das férias aproveitava como ninguém.
Fora das férias gostava de comer bem, bons restaurantes, viagens curtas para a praia e algumas vezes para algum país vizinho.
Claro que se achavam jovens demais para fazer economias e foi aí que a coisa encrencou.
2002 é um ano que qualquer produtor de vinhos da Itália prefere esquecer. Marcelo nem pode lembrar.
Desastre total!
Não engarrafar nada não estava nos planos.
Marcelo era jovem demais para fazer esse tipo de plano!
O desastre dos outros produtores foi minimizado pelas economias que a vida havia ensinado.
Claro que em poucos anos Marcelo viveu mais do que todos eles com o dobro da idade e cabelos brancos até nas narinas.
Mas o desastre de Marcelo foi total.
Por sorte Marina naquele ano recebeu uma herança de uma tia.
Sorte dela, quero dizer!
No momento mais duro, mais inesperado, mais dramático, Marina preferiu seguir sua vida.
Marcelo ficou sem dinheiro, vendeu os vinhedos.
Não conseguiu emprego na única coisa que sabia fazer, pois os produtores estavam na beira de um precipício.
Marina seguiu para Milão.
Montalcino não tinha lojas, shoping centers e pouquíssimas opções para gastar dinheiro.
Um carro novinho em folha, apoio das amigas, conta bancária e liberdade.
O que mais poderia querer.
Marcelo sobreviveu com a ajuda de amigos e família.
Algumas vezes Marina ajudava um pouco.
Marina percorreu os melhores caminhos da vida de Marcelo.
Marcelo passou pelos piores dias de sua vida sem um ombro, um abraço, um beijo...

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