terça-feira, 10 de abril de 2012

Numeros não justificam Salvaguarda. Os numeros são de fontes oficiais, levantados pelo amigo Ulf Karlholm



A participação do vinho fino nacional aumentou do 20,5% em 2010 para 21,2% em 2011.

A participação de vinho importado diminuiu de 79,4% em 2010 para 78,8% em 2011.

Os preços de todos os vinhos importados aumentaram 14,4% em 2011.

Na circular (Secex nº 09, de 14/03/2012) em referência a salvaguarda de vinho, os dados estão incluídos até 2010, e com projeções de uma situação se agravando com preços baixando e vendas de vinhos finos nacionais diminuindo.

É bom ver que nada disso aconteceu, ao contrário, em 2011 houve um aumento nas vendas de vinho fino nacional três vezes maior que o vinho importado, e também houve grandes aumentos de preços de vinhos importados.

Segue abaixo os dados, fonte Uvibra. www.uvibra.com.br

-2010 para 2011:

Vinho de mesa nacional, aumento de 7% no volume, total 230.045.334 litros.

Vinho vinífera nacional, aumento de 6,37% no volume, total 19.546.202 litros.

Vinho vinífera importado, aumento de 2,38% no volume, total 72.705.67 litros.

Aumento de preço em média de vinho importado: 14,4%.

Os cinco maiores exportadores em volume para o Brasil:

1. Chile: 26.642.889 litros, aumento de 0,76 % no volume, aumento de preço 15,4%.

2. Argentina 16.673491 litros, diminuindo 1,7% no volume, aumento de preço 14,75%.

3. Itália 12.025.827 litros, aumento de 0,8% no volume, aumento de preço 22,3%.

4. Portugal 8.556.375 litros, aumento de 6,9% no volume, aumento de preço 11,3%.

5. França 3.329.437 litros, aumento de 15,6% no volume, aumento de preço 2,6%.

O consumo de vinho fino em geral aumentou no Brasil com aumentos de consumo de vinho nacional e vinho importado.

O consumo per capita aumentou cada ano 2006 até 2011, de 1,87 litros para 2,15 litros (fonte pdf de conab abaixo).

Há um grande potencial para aumentos de consumo per capita para chegar perto de outros países.

O aparente consumo (sem considerar variações em estoque das importadoras) em litros totais aumentou 20,7% de 2009 para 2010 e continuou com um aumento de 3,2% em 2011, por exemplo.

O consumo é dinâmico, uma parcela para vinho importado não necessariamente prejudica o vinho nacional ou vice versa.

Os preços da França, o quinto maior em volumes, são os mais altos de todos em média ($61,95 por caixa, com custo, imposto e margem por garrafa em torno de 60-65 reais no varejo), mas mesmo assim tem aumento de venda maior que Chile, Argentina, Itália e Portugal.

Essa é uma indicação que não é simplesmente o preço menor que o consumidor está procurando, mas algo mais complexo (O principal argumento para salvaguarda é que preços baixos de importados prejudicam a venda do vinho nacional, e com planos de plantar novas grandes áreas em novas regiões, aumentar o rendimento por hectare, mecanizar baixando o custo da uva e aumentando a produtividade, medidas que parecem focar especialmente em vinhos de volume e preços baixos.).



Os dados: 2009 (18.019.433 litros), 2010 (18 374 394 litros) e 2011 (19.546.202 litros).

Em questão de alto estoque de vinhos finos nacionais, o quadro muda completamente se o mais recente ano for incluído.

O estoque de vinho fino era em início de 2009, 63,04, em 2010, 52,57, mas no início de 2011 só 20,05 milhões de litros. http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/11_04_01_12_14_54_derivadosdauvajaneiro2011..pdf

Segue abaixo os seguintes fatos apresentados no Jornal Semanário em 6/4/2012:

‘De acordo com os dados do ministério, a importação do setor aumentou 34,4% no primeiro bimestre de 2012, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Em dois meses, entraram no país 9,11 milhões de litros de vinho fino estrangeiro, contra os 6,42 milhões de litros registrados entre janeiro e fevereiro do ano passado.

De acordo com o diretor-executivo da Ibravin, Carlos Raimundo Paviani, este resultado justifica o pedido de salvaguarda ao vinho nacional.

Com os números dos primeiros meses do ano, o mercado de vinhos finos no país aponta uma cota de apenas 11,6% para os rótulos nacionais, enquanto os produtos importados garantem 88,4% de participação.

O volume atual indica que a importação dos vinhos finos praticamente dobrou em oito anos. “O setor está correndo sério risco”, alerta Paviani.’

As importações aumentaram junto com um aumento de consumo geral.

Brasileiros bebem mais vinho fino, cada ano há um consumo completamente diferente, que permite aumentos de vendas de vinho nacional e importado conjunto.

Os cálculos usados para chegar ao número de 11,6% de participação para rótulos nacionais tem muitas suposições.

Não sabemos a relação de importações do total e primeiro trimestre, nem sabemos como vai ser o consumo total do ano, nem as vendas de vinhos nacionais e importados.

Variações em trimestres podem sempre acontecer.

A comparação foi com um ano de relativa baixa porcentagem de importação no primeiro trimestre comparado ao resto de ano, o que exagera a impressão.

2012 possivelmente tem uma maior porcentagem do vinho importado no 1º trimestre comparado ao resto de ano, é impossível saber ainda.

Não é impossível que haja um pouco de estocagem nas importadoras por causa da possível ameaça com cotas.

Vinho importado em estoque provavelmente não muda muito na participação de vendas de vinho nacional.

Ano         Import. no trimestre  -  Import. no ano  -   % 1º primeiro trimestre

2012              12.635.058

2011                9.149.567                    72.369.600                   12

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior , http://aliceweb2.mdic.gov.br

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