Parece brincadeira que o maior produtor de vinhos do mundo não deixe que o turista, na companhia aérea que tem sua bandeira e tem o próprio nome do país, levar como cartão de visitas o vinho ou o azeite para o país de origem.
Só como informação, um amigo veio essa semana de Portugal, pela TAP, e a moça perguntou no check in: O que tem nessa caixa? Vinhos, respondeu ele. A moça com toda simpatia do mundo disse: quer embarcar como bagagem especial para que nã quebre?
Pois é, um outro amigo, uma das maiores autoridades do mundo do vinho brasileiro, precisou largar seus vinhos no aeroporto italiano. Uma vergonha, um desrespeito incrível.
As companhias aéreas cada dia tiram mais coisas dos passageiros. Espaço, talheres, comida, etc...
vejam o e-mail que recebi do Aguinaldo Záckia Albert e morram de raiva.
Estou tentando contato com a Alitalia para ouvir uma explicação deles. Assim que tiver, se tiver , publico.
AVISO IMPORTANTE AOS AMANTES DO VINHO
TUTTO MENO ALITALIA!
Por AGUINALDO ZÁCKIA ALBERT
Como filiado que sou da FIJEV – Fédération Internationale des Journalistes et Écrivains du Vin et Spiritueux, fui convidado a fazer um tour pelas regiões vinícolas da Toscana, juntamente com jornalistas de vários países.
Organizado pela REGIONE TOSCANA, tivemos oportunidade de visitar alguns dos melhores produtores de Montepulciano, Montalcino, Morelino di Scansano e Maremma, onde fomos recebidos de forma calorosa por seus vinhateiros e provamos grandes vinhos. Uma viagem a ser guardada com carinho na memória.
O roteiro terminou num domingo de manhã, em Suvereto, de onde partimos para Firenze. Cheguei por volta das 11:00 e, como meu voo era noturno, peguei um táxi e rumei para Firenze per fare una passegiatta e rever ao menos a cópia da estátua de David, de Michelangelo, na Piazza della Signoria, defronte ao Pallazzo Vechio (os funcionários dos museus estavam em greve).
Uma boa pasta acompanhada de um bicchieri di vino e estava almoçado. Enquanto tomava um café, pude ouvir uma excelente contralto russa que cantava na praça algumas das melhores passagens da ópera italiana.
Estava profundamente feliz e agradecido por poder estar vivo e estar ali, desfrutando de toda aquela beleza, depois de fazer um belo roteiro de vinhos. Sem dúvida um grande privilégio. Poderia haver alguém lá em cima – por que não? – e esse alguém podia até mesmo se interessar por mim. Muita gente acredita nisso.
Depois dessa tarde maravilhosa, peguei um táxi e rumei para o aeroporto de Firenze, onde pegaria um voo para Roma e, depois, para São Paulo. Começaram aí os meus problemas e a Divina Comédia quando tive que me confrontar com uma empresa aérea chamada Alitalia. Fazendo o caminho inverso do grande Dante, saí do Céu e fui lançado ao Inferno, sem passar pelo Purgatório.
Comedido como sou, levei comigo apenas três singelas garrafas de bons vinhos, um Schidione e um Brunello de Montalcino, que comprei, e mais um Brunello, que ganhei. Levava também comigo duas pequenas garrafas e uma latinha do delicioso azeite da região recém elaborado que ganhara de alguns produtores. Lembro que a lei brasileira permite que entremos no Brasil com até 12 litros!
Como sempre faço (e faço isso inúmeras vezes ao ano, em viagens à Europa, e mesmo à Itália) embalei os vasilhames bem protegidos em uma caixa de 6 garrafas de papelão de vinho, que tive o cuidado de embalar em plástico (mais 10,00 Euros pro beleléu). Como não se pode levar líquido como bagagem de mão, tentei embarcar a caixa juntamente com minha pequena valise. Tinha comigo apenas mais uma mala.
E não é que fui impedido de embarcar com os azeites e os vinhos! O pessoal da ALITALIA se mostrou absolutamente intransigente, mesmo depois de ter me identificado como jornalista de vinhos e ter inclusive mostrado minha carteira profissional e o convite da REGIONE TOSCANA. Falei com várias pessoas e discuti asperamente – em bom italiano, depois em inglês – diante do absurdo de tal situação, mas nada consegui, nem mesmo me propondo a comprar outra mala ou embarcar os vinhos na mala que já tinha! Foi-me dito que a Alitalia tem há 5 anos uma norma que proíbe o transporte de líquidos na carga de seus aviões para que, caso as garrafas se quebrem (o que seguramente não iria acontecer) não molhem a bagagem alheia.
O mais estranho é que a empresa não avisa seus passageiros de tal fato. Mais estranho ainda é que anteriormente já havia trazido vinho pela mesma companhia. O que afinal aconteceu? Será que a empresa foi comprada pelas ORGANIZAÇÕES TABAJARA para ter uma norma tão estúpida?!
Peguei a caixa de vinhos e a abandonei no centro do salão do aeroporto e embarquei apenas com minha valise. Algum cão bem treinado deve ter cheirado bem a caixa (um cão degustador, quem sabe?) e depois algum robô deve ter desarmado a perigosa bomba...
A empresa ALITALIA, bastante conhecida por seus maus serviços aéreos, pôde mostrar nesse episódio a sua pior face. Numa decisão absurda, impediu que fosse mostrado no exterior amostras dos dois mais conceituados produtos italianos no mundo, o azeite de oliva e o vinho, mesmo sabendo que se tratavam de amostras a serem provadas em degustações por profissionais reconhecidos. Como entender tanta estupidez e burrice na terra de Michelangelo e Da Vinci?
Dessa forma, caros confrades e amigos do vinho, caso queiram trazer alguma coisa líquida da Itália (vinho, azeite etc.), não utilizem a ALITALIA. Você está arriscado a perder seus vinhos, ter prejuízo e ainda ser brindado com uma poltrona central na última fileira do avião, como aconteceu comigo. Comboios de africanos pelo Mediterrâneo, caravanas de ciganos pela rota do leste europeu ou barcos lotados de albaneses no Mar Adriático. Tudo isso, meus caros, É MELHOR E MAIS AGRADÁVEL DO QUE VIAJAR PELA ALITALIA.
TUTTO MENO ALITALIA!!!
TUTTO MENO ALITALIA!
Por AGUINALDO ZÁCKIA ALBERT
Como filiado que sou da FIJEV – Fédération Internationale des Journalistes et Écrivains du Vin et Spiritueux, fui convidado a fazer um tour pelas regiões vinícolas da Toscana, juntamente com jornalistas de vários países.
Organizado pela REGIONE TOSCANA, tivemos oportunidade de visitar alguns dos melhores produtores de Montepulciano, Montalcino, Morelino di Scansano e Maremma, onde fomos recebidos de forma calorosa por seus vinhateiros e provamos grandes vinhos. Uma viagem a ser guardada com carinho na memória.
O roteiro terminou num domingo de manhã, em Suvereto, de onde partimos para Firenze. Cheguei por volta das 11:00 e, como meu voo era noturno, peguei um táxi e rumei para Firenze per fare una passegiatta e rever ao menos a cópia da estátua de David, de Michelangelo, na Piazza della Signoria, defronte ao Pallazzo Vechio (os funcionários dos museus estavam em greve).
Uma boa pasta acompanhada de um bicchieri di vino e estava almoçado. Enquanto tomava um café, pude ouvir uma excelente contralto russa que cantava na praça algumas das melhores passagens da ópera italiana.
Estava profundamente feliz e agradecido por poder estar vivo e estar ali, desfrutando de toda aquela beleza, depois de fazer um belo roteiro de vinhos. Sem dúvida um grande privilégio. Poderia haver alguém lá em cima – por que não? – e esse alguém podia até mesmo se interessar por mim. Muita gente acredita nisso.
Depois dessa tarde maravilhosa, peguei um táxi e rumei para o aeroporto de Firenze, onde pegaria um voo para Roma e, depois, para São Paulo. Começaram aí os meus problemas e a Divina Comédia quando tive que me confrontar com uma empresa aérea chamada Alitalia. Fazendo o caminho inverso do grande Dante, saí do Céu e fui lançado ao Inferno, sem passar pelo Purgatório.
Comedido como sou, levei comigo apenas três singelas garrafas de bons vinhos, um Schidione e um Brunello de Montalcino, que comprei, e mais um Brunello, que ganhei. Levava também comigo duas pequenas garrafas e uma latinha do delicioso azeite da região recém elaborado que ganhara de alguns produtores. Lembro que a lei brasileira permite que entremos no Brasil com até 12 litros!
Como sempre faço (e faço isso inúmeras vezes ao ano, em viagens à Europa, e mesmo à Itália) embalei os vasilhames bem protegidos em uma caixa de 6 garrafas de papelão de vinho, que tive o cuidado de embalar em plástico (mais 10,00 Euros pro beleléu). Como não se pode levar líquido como bagagem de mão, tentei embarcar a caixa juntamente com minha pequena valise. Tinha comigo apenas mais uma mala.
E não é que fui impedido de embarcar com os azeites e os vinhos! O pessoal da ALITALIA se mostrou absolutamente intransigente, mesmo depois de ter me identificado como jornalista de vinhos e ter inclusive mostrado minha carteira profissional e o convite da REGIONE TOSCANA. Falei com várias pessoas e discuti asperamente – em bom italiano, depois em inglês – diante do absurdo de tal situação, mas nada consegui, nem mesmo me propondo a comprar outra mala ou embarcar os vinhos na mala que já tinha! Foi-me dito que a Alitalia tem há 5 anos uma norma que proíbe o transporte de líquidos na carga de seus aviões para que, caso as garrafas se quebrem (o que seguramente não iria acontecer) não molhem a bagagem alheia.
O mais estranho é que a empresa não avisa seus passageiros de tal fato. Mais estranho ainda é que anteriormente já havia trazido vinho pela mesma companhia. O que afinal aconteceu? Será que a empresa foi comprada pelas ORGANIZAÇÕES TABAJARA para ter uma norma tão estúpida?!
Peguei a caixa de vinhos e a abandonei no centro do salão do aeroporto e embarquei apenas com minha valise. Algum cão bem treinado deve ter cheirado bem a caixa (um cão degustador, quem sabe?) e depois algum robô deve ter desarmado a perigosa bomba...
A empresa ALITALIA, bastante conhecida por seus maus serviços aéreos, pôde mostrar nesse episódio a sua pior face. Numa decisão absurda, impediu que fosse mostrado no exterior amostras dos dois mais conceituados produtos italianos no mundo, o azeite de oliva e o vinho, mesmo sabendo que se tratavam de amostras a serem provadas em degustações por profissionais reconhecidos. Como entender tanta estupidez e burrice na terra de Michelangelo e Da Vinci?
Dessa forma, caros confrades e amigos do vinho, caso queiram trazer alguma coisa líquida da Itália (vinho, azeite etc.), não utilizem a ALITALIA. Você está arriscado a perder seus vinhos, ter prejuízo e ainda ser brindado com uma poltrona central na última fileira do avião, como aconteceu comigo. Comboios de africanos pelo Mediterrâneo, caravanas de ciganos pela rota do leste europeu ou barcos lotados de albaneses no Mar Adriático. Tudo isso, meus caros, É MELHOR E MAIS AGRADÁVEL DO QUE VIAJAR PELA ALITALIA.
TUTTO MENO ALITALIA!!!
Recebi a resposta da Alitalia no dia 28, com carta datada do dia 27.
Copio a parte da resposta:
As regras para aceitação da bagagem despachada são muito precisas e o chefe do aeroporto de Florença, que recusou o embarque da caixa como bagagem, limitou-se a aplicá-las bem como o faria com quaisquer passageiros, fossem estes jornalistas, blogueiros, sommelier ou simplesmente viajantes.
As Condições Gerais do Transporte Aéreo constituem um conjunto de normas contratuais aprovadas pela Agência Italiana de Aviação Civil (ENAC), em âmbito de harmonização com as normas de todos os países da União Europeia.
Entre outros, assinalamos:
-Art.9.1 do Manual das Condições Gerais do Transporte Aéreo: é proibido incluir na bagagem artigos que a Alitalia considere inadequados para o transporte devido ao seu peso, forma, dimensões, características ou embalagens;
-Art.9.2: é claramente mencionado que, em geral, não podem ser colocados objetos frágeis na bagagem despachada;
Como bem afirmou o Sr. Enrico Vezzani, também enólogo, somos todos iguais perante a lei e, portanto visando salvaguardar a integriade das bagagens de todos os demais passageiros, foi recusado o embarque da referida caixa, pois o risco de ruptura das garrafas poderia danificar os pertences dos outros passageiros.
Art. 9.6: reitera a prerrogativa do Transportador de recusar o transporte como bagagem despachada de qualquer item impróprio para transporte por via aérea como bagagem despachada. E isto em função de seu tamanho, forma, peso, conteúdo, características particulares, fragilidade, natureza perecível, por razões de segurança ou operacionais, ou porque são susceptíveis de causar transtornos ou inconveniência aos demais passageiros.
Em resumo: o Transportador tem o direito de recusar o embarque da bagagem para transporte, sempre que, segundo sua racional avaliação, esta não esteja adequadamente contida em malas ou outros recipientes apropriados que permitam um transporte seguro.
Estas informações, e o conjunto de regras acima reportados, estão sempre disponíveis nos escritórios dos aeroportos onde opera um voo da Alitalia, e serão brevemente publicadas no site brasileiro, em fase de lançamento nos próximos dias.
Para informação do Sr. Aguinaldo, a aviação civil brasileira (ANAC) tem regras relativas às restrições de transporte de líquidos similares àquelas italianas.
Um esclarecimento final sobre a norma alfandegária de entrada de vinhos/alcoólicos no Brasil, evocada pelo Sr. Aguinaldo: esta regra não é discriminada pelo tipo de meio de transporte utilizado, mas indica somente a franquia de isenção de impostos, por exemplo, para entrada de viajantes ao Brasil que chegam de navio ou por terra.
Concluímos com um comentário: Como teria se sentido o Sr. Aguinaldo, se outro passageiro tivesse despachado uma bagagem contendo líquidos fragilmente embalados, e estes tivessem se quebrado, danificando suas roupas? Teria-se voltado contra o outro passageiro, ou criticado severamente a Alitalia por ter aceito imprópria e imprudentemente um material inadequado para transporte como bagagem despachada?
Estamos certos de que, uma vez esclarecidas as razões que nos levaram a recusar o embarque desta caixa, com base nas regras acima expostas, aplicadas internacionalmente pela Alitalia, a nossa Companhia continuará a representar um dos destinos preferidos dos amantes do vinho.
Eric Andrez
Customer Relations & MilleMiglia
Alitalia Brasil
Minha Opinião:
A Alitália não pode ser a preferida dos amantes do vinho, pois não transporta vinhos. Se a TAM transporta, a Air France Trasnporta, a Tap transporta, a Iberia transporta, acredito que a Alitalia não se sente segura em relação ao seu cuidado com as bagagens. Talvez as outras tenham mais confiança no trato com as caixas e malas.
Sempre trouxe vinhos, nunca nenhuma garrafa se quebrou e nem minha mala chegou manchada de vinhos. Viajo há mais de 25 anos por esse trajeto.
Tenho certeza que o Aguinaldo não procurava um atendimento privilegiado, procurava apenas trazer seus vinhos, coisa normal em outras companhias europeias.
Democraticamente pedi a resposta da Alitalia e também democraticamente não aceitei as explicações, já que depende do cuidado do transportador. Antes tinham as etiquetas escritas Frágil, hoje não se encontra mais. Eu escolho uma companhia que transporte vinhos!
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