segunda-feira, 21 de maio de 2012

O Vinho e a Literatura - Betta Doelinger







Vinhoterapia



Na confraria do tempo

Degusto emoções

Exponho sentimentos

Medeio aflições



Sorvo o mais seleto vinho

Ergo taças ao céu

Embriago-me de anseios

E lanço-me ao léu



No hálito quente

De lábios sem verbo

Tenho o silêncio como testemunha

E um shiraz por perto



A embriaguez que venha-me

De um modo voraz

E que faça-me companheira

No seu barco sem cais



Na manhã seguinte

Presto conta do meu ato

Tomando a certeira decisão

De ser cúmplice...de Baco



...



Muitos dirão que preciso de terapia

Quiçá um divã.

E com certeza eu iria,

Se em vez do café

Me oferecessem um Clicquot Ponsardin.

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