terça-feira, 18 de setembro de 2012

Fui ao Circuito Brasileiro de Degustação em São Paulo. Todos esperam pela decisão sobre as Salvaguardas. Muitos torcem para que não passe.

Ontem fui ao circuito brasileiro de degustação em São Paulo e conversei com vários produtores.

O local foi muito bem escolhido e logo de cara alguns componentes da bateria da Vai-Vai faziam lembrar que vai ter vinho na avenida no carnaval 2013.

Não tinham muitas novidadades, mas os vinhos brasileiros estavam bem representados.

Senti falta de produtores de novas regiões brasileiras como no ano passado, por exemplo, o produtor de Minas Gerais.

Há pouco tempo li sobre um produtor goiano e gostaria muito de provar o vinho.

Conversei com alguns produtores sobre o assunto das salvaguardas, sem câmera e sem citar nomes (em off).

Alguns me disseram que esperam ansiosos pelo resultado, na esperança de que um resultado contrário ao pedido possa normalizar o mercado, já que muitos tiveram as vendas prejudicadas pelo episódio e pelo boicote de alguns compradores e consumidores finais.

Alguns me disseram que não podem ir contra a entidade que representa o setor mesmo sendo contra a medida, porque todos foram chamados para decidir e a vontade da maioria deve ser respeitada.

O que todos concordam é que o mercado do vinho está passando por um momento complicado de queda nas vendas tanto para nacionais como para importados.

Incrível como o mercado de vinhos não está na mídia com propagandas mais agressivas em tv, horário nobre, etc...

Os anúncios que são feitos, atingem apenas quem já consome vinhos.

Se um produto estiver anunciado neste blog ou numa revista especializada ele atinge o consumidor de vinho, mas não atinge o consumidor de cerveja, por exemplo.

As cervejas continuam com suas campanhas para ganhar novos consumidores e o mercado é grandioso.

Como o brasileiro começou a beber cerveja já que a nossa história é de colonização portuguesa e imigração italiana, principalmente?

Um merchandising espontâneo já acontece nas novelas, onde o vinho está semanalmente nos capítulos, mas algo pago e direto, não existe.

Não sou publicitário e posso estar completamente enganado, mas em Angola por exemplo, a gigante Concha y Toro, colocou no ar este comercial:







Os esforços devem partir de todos os que querem ver a bebida mais consumida e consequentemente mais barata.

Quem tem uma confraria por exemplo, pode abrir a panela e convidar a cada encontro alguém que consome outras bebidas e não conhece o vinho. Sem assustar o convidado com termos difíceis e tentando mostrar que o mundo do vinho é um mundo para poucos.

Quem produz vinhos deve unir os esforços para mudar leis, transformar vinho em alimento como nos principais países europeus, baixar os impostos e oferecer produtos bons e baratos e quem importa vinhos deve colocar pressão também por baixar impostos, derrubar medidas burocráticas que deixam os vinhos dormindo nos portos por muito tempo por exigências absurdas, exageros em análises e todos os problemas de um país burocrático e atrasado quando se trata de comércio internacional.

Produtores brasileiros médios e até pequenos, já contam com receita de exportação que chega a 20% do total.

Como é possível pensar em salvaguardas e colocar em risco essa evolução?

Eu também espero ansioso pelo anúncio de que as salvaguardas não passarão.

Espero que entendam que o mundo do vinho no Brasil é um mundinho que precisa crescer conquistando os consumidores de outras bebidas.

Vinho é cultura, arte e alimento.


Um comentário:

  1. Excelente post.
    Ultimamamente o tema não vinha sendo muito discutido e eu sempre tive a curiosidade de saber a opinião dos médios e pequenos produtores.
    Esse post foi um dos melhores, parabéns.
    Abraço
    Eduardo Nascimento

    http://vinhosemcompromisso.blogspot.com.br/

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