Essa pergunta com uma pitada de desejo ronda a cabeça dos brasileiros que amam o vinho.
Quem aprecia a bebida há mais tempo, lembra da dupla Forestier e Almadém entre os vinhos bebíveis da década de 80. Os espumantes Chandon já estavam no Brasil e já mostravam qualidade, mas pouca gente se dava conta. Teve a época das Cavas Codorniu e Freixenet que continuam agradando e depois os proseccos. Modas!
Moda que ainda não chegou ao vinho brasileiro. Os espumantes depois de muitas linhas escritas ganharam status. São respeitados.
Os brancos e tintos vivem numa polêmica entre os que rejeitam e os que aceitam, alguns poucos enaltecem.
Acho que estamos chegando no ponto de enaltecer!
Ontem eu e meus amigos João Filipe Clemente, Jeriel da Costa, Daniel Perches, Cristiano Orlandi, Marcelo di Morais e Alexandre Frias provamos algumas raridades da produção nacional. O encontro foi no Rosso Bianco em Jundiaí. O espaço é maravilhoso. Fomos recebidos pelo Tiago e os vinhos foram levados pelo Márcio Marson, da Eivin.
O Eduardo Milan também estava lá.
Depois de uma prova normal, partimos para uma aventura em garrafas raras, sem rótulos e sem penetração na mídia.
O Bettú Corte Bordalês C (parece código do serviço secreto americano!), produzido por Vilmar Bettú veio primeiro, com a curiosa apresentação na ficha: Madeira velha por 13 meses!
Uma verdadeira lenda ronda a pequena garagem de Garibaldi. O Vin de Garage brasileiro tem corpinho francês. É da safra 2001. Impressionante!
2001 com essa cor!
Força!
As frutas vermelhas, couro, alcaçuz invadem o nariz.
Na boca tem uma certa rusticidade, mas é equilibrado.
Gostei da surpresa e achei que não precisava mais provar nada.
Me enganei!
O Terragnolo Marselan 2009 saiu da barrica e veio pra prova. Não tinha rótulo, mas tinha cor.
No nariz riquíssimo!
Fruta em compota, figo seco, chocolate e baunilha.
Aqui não havia a inscrição de barricas velhas, eram novas da tanoaria Seguin Moreau. A melhor de todas!
Na boca tem corpo, estrutura e vida longa. Muito longa.
Bom agora acabou?
Não!
Mais uma surpresa sem rótulo, direto da barrica francesa localizada na região serrana de Santa Catarina.
Dessa vez das mãos do Guilherme Grando, que explicou todos os detalhes da produção.
Vilagio Grando Além Mar.
Lembrou da terrinha?
Pois é, o grande enólogo António Saramago colocou seu conhecimento aqui.
Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec e mais uma vez: Barricas francesas novas (primeiro uso).
Cor rubi escura.
No nariz frutas vermelhas, especiarias, chocolate.
Na boca os taninos muito bem trabalhados se mostram (prova de barrica!).
Vinho complexo, estruturado, elegante, grande!
O Brasil engatinhou quase até a adolescência, teve uma adolescência conturbada pelos irmãos argentinos de preço baixo e qualidade duvidosa, agora é adulto. Cresceu! Ficou Grande!
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