Quem nunca ouviu falar em estabilização a frio?
Pois é, a refrigeração do vinho a temperaturas inferiores a 0° antes da filtração, estabiliza e ajuda na limpidez.
Isso
ocorre quando há a precipitação de cristais (sais tartáricos de potássio
e de cálcio) e a precipitação de coloidais como as matérias corantes no
vinho tinto.
O vinho possui em sua composição o ácido tartárico, que possui sais instáveis, especialmente o bitartarato de
potássio, que cristaliza a baixa temperatura, ou seja, quando os vinhos
são submetidos ao frio na geladeira, formam estes cristais que
precipitam e dão a impressão de vinho alterado.
Para evitar este problema de precipitação, que é mais de aspecto que
de alteração, os vinhos são “estabilizados” através do uso do frio,
antes de serem liberados no mercado.
Basta refrigerar rapidamente o vinho até uma
temperatura próxima do congelamento.
A temperatura de congelamento de
uma solução hidroalcoólica está situada abaixo de zero e num valor
correspondente a metade da graduação alcoólica.
Por exemplo, um vinho de
11% de álcool irá congelar a uma temperatura próxima aos -5,5°.
Quanto mais rápida é a refrigeração, mais eficiente é a precipitação,
por isso são utilizados equipamentos especiais chamados
"ultrarefrigerantes". Estes equipamentos, que trabalham através de
expansão directa de amónia, provocam um choque térmico, dos 20°-22°
naturais até -5°.
Para evitar o congelamento do vinho no interior do equipamento, existe um motor com lâminas que raspam a superfície onde há contacto
entre amónia e vinho.
Para assegurar a total precipitação dos bitartaratos o vinho permanece
em tanques isolados ou câmaras frias durante uma semana, período
durante o qual completam a cristalização total. Imediatamente após esta
fase, o vinho é filtrado eliminando os cristais.
A operação chamada de estabilização pelo frio, permite também,
especialmente para os vinhos jovens, eliminar por precipitação, parte
das substâncias corantes instáveis.
As baixas temperaturas durante o Inverno provocam nos vinhos
depositados nelas algum tipo de precipitação tartárica. Os vinhos tintos
que amadurecem e envelhecem durante alguns anos, ganham com o tempo uma
estabilidade quase completa. Por esta razão, e por que na grande
maioria dos países o vinho tinto se consome na temperatura ambiente,
estes não sofrem a estabilização pelo frio.
Aquecer o vinho:
O aquecimento não serve apenas para esterilizar, ao contrário do pensamento da maioria das pessoas, tem outros efeitos no vinho.
Como os vinhos novos constituem
soluções muito saturadas de bitartarato de potássio e de tartarato de
cálcio, a lenta cristalização destes sais é possível se o vinho possuir
germes de cristalização. O aquecimento, ao destruir esses germes permite
manter o estado de supra-maturação no vinho, e assim bloquear a
cristalização.
Outro fator benéfico do aquecimento,
são os fenômenos sobre a redução e oxidação.
Ao aquecer em presença de
anidrido sulfuroso livre, o excesso de cobre nos vinhos brancos é
reduzido e passa para forma coloidal, que é separável por colagem.
Um aquecimento a vinhos arejados durante semanas a temperatura não
muito elevada, provoca um efeito de envelhecimento. O vinho aproxima-se
assim de alguns vinhos de licor, que algumas características são obtidas
por processos de oxidação. Ou seja aquecer o vinho a 30° durante um a
três meses, permite obter a cor e o gosto de um vinho velho.
A estabilização enzimática do vinho, é
hoje em dia muito importante, normalmente é obtida pela adição de
sulfuroso, mas também pode ser atingida pelo aquecimento. Depois da
fermentação, há enzimas provenientes das uvas e das leveduras, a maioria
não tem importância para a enologia, ao contrário das oxidases. Assim
utiliza-se a pasteurização, que pode ser a 75° durante alguns minutos ou
90° durante apenas alguns segundos.
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