sábado, 5 de abril de 2014

Giles e os melhores lugares do mundo - conto






Vou falar de um francês, mas poderia muito bem ser um italiano
ou um português. Observei em pessoas destes 3 países (se souber de mais algum
me avise) a mesma característica: todos sabem onde encontrar o melhor do mundo.

Giles é magro, alto e elegante. 


Tem a sinceridade como meta. 

É apaixonado por
vinhos, queijos e tudo que possa deixar a vida mais agradável e interessante,
afinal como disse Philippe Noiret: "a viagem é curta, é preciso
percorrê-la em primeira classe". 


Caminhava com Giles a procura de bons
queijos para trazer ao Brasil. 


Entrei na primeira loja, olhei para o rosto do
frances e percebi na hora a reprovação. 


Ele já havia me falado da loja de
monsieur Lambert, mas estavamos longe. Fomos para a segunda loja e Giles só
faltou espantar toda a freguesia de tanto que reclamou dos queijos. 


Precisamos
ir ao Monsieur Lambert, repetia. 


Entramos na terceira loja e foi a gota d'água:
Giles fois expulso do estabelecimento. 


Bem é hora de não contrariá-lo. 

Fomos
direto a Monsieur Lambert, um senhor de barba branca, barriga saliente e um
sorriso engessado no rosto. 


Provei os queijos como nas outras lojas, e
confesso, não percebi diferença alguma. Alguns eram dos mesmos produtores.


Giles repetia: fantastique!!! Super!!!


Giles seguiu os conselhos do pai, que seguiu os conselhos do avô, que seguiu os
conselhos do bisavô e eu vou fazer o quê? Segui os conselhos de Giles.

Depois disso Giles perguntou se iriamos comprar vinhos em um caviste amigo. 


Respondi de primeira: É
melhor deixar pra outro dia!


























 


Um comentário:

  1. ... digo mais, pouco importa se o Giles é alto magro, elegante, se é francês ou afegão: o Giles é o tipo de pessoa que todo mundo quer por perto, sem "deixar pra outro dia" :)
    beijos, parabéns, me amarro em seus contos.

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