A história é a seguinte: faz uns 10 anos que Albert de Villaine mandou restaurar a abadia de Saint-Vivant de Vergy, construída no ano 900.
Durante os trabalhos, um operário encontrou uma garrafa intacta entre escombros.
Como a abadia foi inteiramente restaurada entre 1766 e 1772, a abadia passou por um período turbulento depois da revolução francesa.
Primeiro foi vendida no começo do século 19 para um metalúrgico que desmantelou a propriedade, deixando intactas apenas a igreja e as caves antes de revender para uma família de arquitetos que tentou recuperar o que havia sido desmantelado.
Nessa confusão de obras desfazendo e refazendo, um monte de entulho parecia ter sido empurrado do pátio central para umas fendas que davam na cave.
Tipo jogando lixo para baixo do tapete.
Varias garrafas pareciam ter sido empurradas pelos escombros e se misturado ao entulho.
Uma das garrafas estava intacta, cheia...
Depois de encontrada, a garrafa foi levada aos pesquisadores da Universidade de Dijon que logo identificaram o ano de produção da garrafa em livros belgas da época de 1770-1780.
Em relação ao vinho a origem é desconhecida, mas o que se pode supor é que as uvas foram plantadas alí, nos terroirs mais fantásticos da Borgonha, provavelmente no Grand Cru Romanée-Saint-Vivant.
Lembrando que há dois séculos, só eram engarrafados grandes vinhos na Borgonha, os vinhos mais simples eram consumidos sem engarrafamento.
Albert de Villaine abriu a garrafa ao lado de pesquisadores e o especialista em vinhos antigos François Audoze.
Fechado com uma camada de cera sobre a rolha de cortiça, a garrafa foi aberta com surpresa pelo estado de conservação da rolha.
Só a parte de cima estava esbranquiçada e o vinho intacto.
Em relação a qualidade do vinho hoje, o especialista em vinhos antigos, François Audouze, disse que o vinho é muito antigo, provavelmente da mesma época de um Chambertin 1811 que ele já teve a sorte de degustar.
Admitiu que pode ser ainda mais velho, mas quando falou sobre a qualidade destes vinhos, preferiu a honestidade: Beber esse tipo de vinho é mais um momento de emoção cultural do que um prazer pela qualidade da bebida...
Segundo ele a bebida tinha um sabor levemente avinagrado e de glicerina, característica de vinhos muito antigos. Com tempo na taça o vinho mostrou que ainda guardava um pouco da fruta. Com um pouco mais de tempo o gosto de vinagre tomou conta.
Os pesquisadores levaram amostras para tentar revelar com exatidão a idade do vinho.
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