terça-feira, 30 de junho de 2015

Provei o espumante brasileiro medalha de ouro do International Wine Challenge de Londres. Hermann Lírica Brut - Rio Grande do Sul - Brasil






O espumante da família Hermann, proprietária da importadora Decanter, não indica no rótulo quais as variedades utilizadas no corte. No site da importadora aparecem as informações (Chardonnay e Gouveio), mas não se sabe ao certo se são do mesmo lote, pois o tero alcoólico da garrafa (11,8) é diferente do informado no site (12,5).

Tempo em contato com as leveduras: 9 meses.

No nariz é limpo, com média intensidade aromática.

Notas florais, cítricas e um toque de nozes e pão torrado.

Na boca é seco, as borbulhas não são agressivas.

Boa cremosidade, acidez, média+, álcool médio-, corpo médio e boa intensidade de sabor (médio+).

Notas de pêra, pão torrado (mais presente que no nariz) e casca de limão.

Bom frescor, equilíbrio e elegância.

persistência (o tempo que o sabor fica na boca): médio+.

Elaborado pelo método trasicional (champenoise).

Mais um grande espumante brasileiro!

Nota: 90/100

Preço (no site da decanter http://www.decanter.com.br/espumante-vinicola-hermann-lirica-brut-750ml/p009014 ) : 65,45

Relação preço/qualidade: 5/5








Pesquisador cria aparelho que filtra o vinho para tirar o sulfito.







O removedor de sulfito é um filtro descartável que elimina o conservante do vinho.

A criação foi do graduado em química James Kornacki de Chicago (EUA), que ainda espera financiamento para colocar o produto no mercado.

O sulfito é responsável pela alergia de 1% dos americanos, segundo pesquisa.

Algumas pessoas acreditam que em excesso é o responsável por dar dor de cabeça após o consumo do vinho.

A mágica se chama Üllo. É um tipo de saquinho de chá, que retira o sulfito e mantém todos os outros compostos do vinho.

Cada cápsula, com preço estimado em 2 dólares e 50, pode ser usada para uma garrafa inteira, mas só uma vez.

Por incrível que pareça, o criador do filtro, diz que o sulfito não faz mal para saúde na quantidade encontrada na maioria dos vinhos, mas criou o produto visando os alérgicos.






segunda-feira, 29 de junho de 2015

Leonardo queria ser Da Vinci e acabou atravessando o espelho... - Conto











Leonardo não tinha esse nome por acaso. 


E não era por
acaso que ele passava algumas horas por semana no museu do Louvre vendo a
Monalisa. 


Seu pai era um grande especialista em artes e passou junto com o
nome, ensinamentos que devem acompanhar Leonardo até o final da vida. 


A grande
obsessão de Leo era descobrir o motivo do sorriso da Gioconda. Pesquisas,
entrevistas, suposições, nada era capaz de revelar o segredo. 


A arte era uma
desculpa para abandonar a gerencia da maior loja de vinhos de Paris e passar
algumas horas em transe. 


Nem é preciso dizer que era apaixonado e uma
verdadeira enciclopédia sobre os vinhos italianos. 


Passar pelo menos uma hora
diante do sorriso da Gioconda era além de uma terapia, uma viagem no tempo. 


Monalisa seria o próprio Leonardo (o Da Vinci)? Seria uma irônica que ria das
imbecilidades humanas? Seria uma alma viva que atravessava séculos sorrindo e
pensando: perdoai-vos, eles não sabem o que fazem… 


Naquele dia em especial Leo teve
a certeza que ela era o passado, o presente e o futuro. 


Olhou para os lados e
via a quantidade de selfies, cameras, euforia… 


Gente que pouco sabia o que
estava vendo. 


Ao seu lado um mexicano gravava tudo que via em um celular. 


Nesse
dia Leonardo estava especialmente decepcionado com Elisabetta. 


A milanesa saiu
de casa fazia uma semana e disse que jamais voltaria. 


A Gioconda ria. 


Leonardo
tinha uma relação de amor e ódio com o quadro. 


Para ele uma alma viva. 


A
vontade era de esbravejar, ofender, atravessar a dimensão e tirar satisfações
com a sorridente misteriosa. 


-Você sabe exatamente do que estou rindo. 


-Gioconda!!! 


-Quantas vezes você sabia que não estava fazendo a coisa certa e
mesmo assim seguiu em frente? 


-è vero… 


-Quantas vezes olhou para meu rosto e
percebeu o recado e mesmo assim insistiu… 


Otário!!! 


-Monsieur…Monsieur… Le musée
est fermé… 


Ufa!!! 


Era um sonho? Um pesadelo? 


Leonardo deixou o museu relaxado… 


Triste por Elisabetta, por ele mesmo, mas feliz por ter desvendado o mistério. 


A Gioconda vive e ri de todos nós…


















domingo, 28 de junho de 2015

Victoria tinha 2 corações... - Conto







Viver viajando pela Espanha com a desculpa verdadeira de que é preciso vender os vinhos que o pai produz, ajudou Victoria a conciliar o amor de Paco com o amor de Tiago.

De segunda a sexta viajava, mas procurava dormir sempre em Madrid, onde Paco lhe esperava com todo o amor que havia nessa vida.

Nos finais de semana, voltava carinhosa e cheia de dengo para os braços de Tiago, na bela Barcelona.

As duas cidades rivalizavam até nisso...

Para evitar confusão, chamava os dois de amor, amorzinho, paixão, nada pessoal.

Também tomava o cuidado de quando comia algo diferente com Paco, corria para comer a mesma coisa com Tiago.

Vai que por engano cita alguma experiência gastronomica trocada...

O celular tinha devidamente dois chip's que eram sempre devidamente escolhidos de acordo com o dia da semana.

A desculpa era que como estava em trânsito, era melhor que ela ligasse.

Tudo muito bem planejado, mas nada programado dentro da cabeça de Victoria.

O caso é que ela amava os dois.

Me faz lembrar o clássico de Truffaut: O homem que amava as mulheres.

Ela amava os dois homens com a mesma intensidade, a mesma admiração, o mesmo tesão...

Impressionante como se derretia para cada um dos dois.

Era sorridente, bonita, tinha brilho nos olhos.

Tudo andava como planejado, não fosse o tal de whatsApp...

Num sábado ensolarado, na praia de Sitges, Tiago foi pegar um cigarro na bolsa de Victoria e viu que o telefone tremia como um atacante na hora do pênalti.

Teve que olhar.

As palavras que leu eram muito difíceis de digerir e Tiago nem esperou pela volta de Victoria.

Pegou um ônibus e sumiu do mapa.

Victoria ficou desesperada e só não chamou a polícia porque percebeu que as mensagens de Paco tinham sido lidas.

Chorou compulsivamente.

Voltou pra casa, tomou um banho, pegou as roupas e foi direto pra Madrid.

Paco não entendia nada, mas tentava acalmar Victoria que parecia em estado de choque.

Ela parou de comer, parou de trabalhar, quase não falava e só procurava alguém que lhe desse notícia do amado Tiago.

Paco foi muito bom pra ela.

Pelo menos até o telefone tremer de novo e dessa vez ele ler o que o tal WhatsApp tinha a dizer.

-É muito duro viver sem teu amor Victoria, mas não suporto essa situação. Deve estar a muitos anos com o tal Paco...

Paco leu a mensagem e entrou em parafuso.

Fuçou mais e descobriu mais coisas.

Pegou o carro e sumiu sabe-se la pra onde.

Quando Victoria percebeu o que tinha acontecido pegou as roupas, o carro e voltou para Barcelona.

Se fechou no quarto e abandonou as vendas, o celular e de certo modo a vida.

Não fazia mais nada.

O pai precisou encontrar outro vendedor.

Tiago só apareceu para buscar suas coisas, mas não conseguiram se falar. Trocaram olhares duros e dóceis ao mesmo tempo.

Paco fez um escândalo danado em Madrid.

Nunca mais apareceu.

Victoria escreveu um livro contando a história, sem que ninguém soubesse que era ela mesma a personagem, e acabou ganhando uma fortuna.

Explicava como era possível amar da mesma forma dois homens.

A mulher que amava os homens, ficou sozinha.

Trabalhou, voltou a viver, voltou a comer, voltou a vender vinhos, mas nunca mais voltou a sorrir...

Quando soube da história, com tantos detalhes só consegui lembrar da frase de Chaplin:






sábado, 27 de junho de 2015

Bruno espera Roberta. - Conto












-Ciao amore. Ti amo ogni giorno di più...


Era uma despedida normal.


Bruno trabalhava nos vinhedos, enquanto Roberta trabalhava num banco em Milão.


Se encontravam sempre que possível e era sempre um sonho.


Era uma despedida breve. Pelo menos era o que pensava Bruno.


No trem até a toscana, Bruno como sempre pensava em Roberta.


Chegou em Lucca, pegou o carro e seguiu para o trabalho.


Roberta na cabeça, como sempre.


No final do dia, cansado, procurou Roberta.


Nada.


A noite foi longa, sem pregar os olhos.


Não conseguia entender o que tinha acontecido.


Lembrava de algumas conversas, que Roberta poderia não ter gostado, mas nada era pra tanto.


O dia nos vinhedos foi terrível, era época de poda verde e a cabeça e parece até que os olhos estavam em Roberta. Ele parecia ver o rosto doce, os olhos preocupados, o olhar carinhoso...


Roberta não era de se expressar muito bem, por isso, qualquer palavra mal colocada poderia ser uma tragédia em sua cabeça.


Pensamentos trocados, embaralhados...


Bruno tentava ligar.


Roberta visivelmente queria sossego.


Sossego momentâneo???


Não havia modo de saber.


Bruno fazia tudo e mais um pouco por Roberta.


Isso por um lado trazia tranquilidade e leveza na consciência e por outro preocupava muito mais.


O que teria incomodado Roberta?


Depois de 3 dias conseguiu falar, mas nem isso trouxe a paz que esperava.


Roberta tinha voz triste, mas não era mais a Roberta de Bruno.


Pedia tempo para pensar.


O que significa tempo pra pensar hoje em dia???


Todo mundo sabe não é mesmo?


Bruno também.


O jeito era esperar o tempo.


As uvas amadureceram bem.


A colheita correu sem nenhum problema.


Veio o inverno.


Os vinhedos descansaram.


Neve.


Frio.


Os vinhedos choraram na época certa. 


Bruno chorava diariamente.


Os brotos apareceram.


O ciclo dos vinhedos seguiu normalmente.


Nem sinal de Roberta.


Bruno parecia esperar que o telefone tocasse a cada segundo.


Nunca desgrudava do celular.


Hoje já se passaram 3 colheitas.


O celular continua grudado em Bruno.


A cabeça continua em Roberta.


Bruno acostumou a dormir menos.


Acostumou a trabalhar mais.


Acostumou a ocupar o dia e a noite mal dormida.


Mas não acostuma sem o carinho de Roberta.




sexta-feira, 26 de junho de 2015

Foie Gras é proibido na cidade de São Paulo. Acho que faltam problemas em Sampa...







Nunca ouvi dizer que galinhas, porcos, vacas ou qualquer outro animal criado para consumo humano seja criado como um animal de estimação.

Não vejo nenhuma diferença.

Criam como se estivessem fabricando um produto qualquer.

Ambientalistas acharam por bem pegar no pé do Foie Gras por causa da alimentação forçada que patos e gansos são submetidos antes de morrer.

Eu filmei essa alimentação na França. Ela só acontece na última semana de vida dos patos, que antes vivem em um grande espaço onde vivem quase como se estivessem livres.

A produtora me explicou que por serem aves migratórias, guardam a comida no papo e consomem durante o dia, antes da próxima alimentação.







Não digo que seja uma maravilha, mas não vejo diferença do que se vê em matadouros pelo mundo afora.

O que me intriga é a falta do que fazer do vereador Laércio Benko (do PHS), dos nossos outros representantes, que aprovaram o projeto de lei e do prefeito Fernando Haddad (que inclusive aprecia o Foie Gras), que sancionou a lei contrariando o parecer de juristas que consideram o projeto inconstitucional.

Será que não existem coisas mais importantes?

Será que o Foie Gras é tão consumido assim na capital paulista para provocar tamanha preocupação com patinhos e gansinhos???

Dá vontade de plagiar o Ricardo Boechat e mandar essa gente procurar uma &%#$...

quinta-feira, 25 de junho de 2015

O ciúme não era maior do que o desejo de João - Conto











-Sai daqui.

Não quero te ver...

O desabafo era compreensivel.

Era mais do que compreensivel.

Marta saiu sem dar explicações, sumiu por 3 dias, voltou como se nada tivesse acontecido.

João Manuel era um cara que atraia pelo que sabia.

Sabia de tudo e como poucos.

Sabia de política, de esportes, de economia, de música, de arte, de tudo.

Tudo e mais um pouco.

Além disso não era de se jogar fora no quesito beleza física.

Martha era um espanto.

Alta, magra, cabelos loiros, olhos castanhos claros, corpo escultural.

Bunda, peitos... Tudo.

João não era ciumento.

Deixava Martha livre, mas 3 dias...

É muita coisa.

Martha saiu sem dizer nada.

João seguiu para os vinhedos e trabalhou como se nada tivesse acontecido.

Voltou, tomou banho, jantou, entrou no computador, deitou...

E onde estava Martha???

Lembrou do que havia acontecido e logo pegou o telemóvel: Martha... Onde você está?

-Me mandou embora e eu vim.

-Mandei naquele momento, não agora.

Martha pegou o carro e voltou.

Se falaram como se nada tivesse acontecido, se amaram como se nada tivesse acontecido e dormiram como anjos.

No dia seguinte João acordou e correu para o trabalho.

Engarrafamento da safra anterior, esvaziar tanques, colheita atual chegando...

Muita coisa.

Voltou no final da tarde.

Tomou banho, jantou...

Onde estava Martha?

Pegou o telefone e nem por isso conseguiu alguma coisa.

Fora de área.

Dormiu sozinho como um eremita.

Acordou, saiu para os vinhedos, pegou o telefone e ligou pra Martha.

-Desculpe amor. Não consigo contar o que aconteceu, só peço desculpas.

João voltou para casa. Tomou uma ducha (falam duche em Portugal) e abriu uma garrafa de vinho.

Tomou devagar, pensativo.

No dia seguinte voltou ao trabalho.

Na semana seguinte começou a colheita.

No mes seguinte Martha telefonou.

-João...

-Diga Martha.

-Posso voltar?

-Pode.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Tudo sobre as regiões francesas - Vallée du Rhône - Parte 33 - Sud Méridional - Côtes-Du-Rhône-Villages Signargues

















Os
vinhedos da AOC Côtes du Rhône Villages Signargues ficam nas comunas de Domazan,
Estézargues, Rochefort-du-Gard e Saze no departamento de Gard.


São
484 hectares de vinhedos.


Produção
média anual de 18 mil hectolitros.


A
história do vinho aqui é tão importante, que uma estátua de Baco e Ariadne foi
descoberta por um arqueólogo nos arredores e acabou indo para o Museu do
Louvre.


O
clima é mediterrâneo, quente e seco, influenciado pelo vento mistral.


A
altitude é de cerca de 150 metros.


Os
solos são de lajes rochosas nas encostas, com pedras e com alguns trechos
avermelhados pela presença de ferro.


A
AOC só foi criada em 2005.


Fica
ao lado de grandes AOCs, como Lirac, Châteauneuf-du-Pape, e Tavel.



produz tintos, com as variedades Granache Noir (mínimo 50% no corte), Syrah e
Mourvèdre (mínimo 20% cada).


Outras
variedades típicas do Rhône também podem entrar no corte.


Os
vinhos devem ter no mínimo 12,5% de álcool.


São
vinhos sutis, elegantes, raçudos.


Aromas
sempre presentes de ervas aromáticas (garrigue), frutas negras e terra molhada.


Melhor
beber entre os 2 a 5 anos apos a colheita, mas podem envelhecer bem (cerca de
10 anos).




terça-feira, 23 de junho de 2015

Clos de la Vieille Eglise 2002 - Pomerol - França







Esse vinho com 13 anos mostra o quanto pode melhorar um bom vinho bordales com o tempo.

Não foi um vinho com pontuações fantásticas na juventude, mas tenho certeza que quem provar esse Clos de la Vieille Eglise hoje vai se surpreender.

É um Pomerol com a Merlot (70%) predominando e a Cabernet Franc (30%) como coadjuvante.

A cor não entrega a idade. Rubi, profundo com lágrimas e um leve reflexo granada.

No nariz é limpo, tem boa intensidade aromática (média+), notas de frutas vermelhas e negras maduras, chocolate café, ameixa preta... Complexo. Vinho em evolução.

Na boca é seco, corpo médio+, taninos (quantidade média) extremamente macios, acidez média+, álcool médio, intensidade de sabor média+.

Gosto de mocaccino, geleia de amora, leve baunilha, couro e noz moscada.

Final longo.

Deve se manter assim por mais uns 5 anos e talvez evoluir um pouco.

Persistência longa.

Um super vinho!!!

Nota: 93/100







A foto é da garrafa que acabou rapidamente no restaurante do Hotel Les Sources De Caudalie, que pertence ao Chateau Smith-Havt-Lafitte e é um lugar pra lá de espetacular.

O produtor Jean-Louis Trocard exporta para o mundo todo sem intermédio de negociantes. Procura um importador exclusivo no Brasil.

O vinho na França custa 60 Euros.

O vinho e a pintura - Obra fantástica de Jean Dupas





Título: La vigne et le vin

Foi criado para o pavilhão de Bordeaux.

Abaixo um detalhe com melhor qualidade.







Jean Dupas nasceu em Bordeaux em 22 de Fevereiro de 1882 e morreu em Paris em 6 de Setembro de 1964.

Artista plástico e decorador representante da Art Déco.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Mercurey La Framboisière 2013 - Tinto - Domaine de la Framboisière (Faiveley) - Borgonha - França







A familia Faiveley é uma das protagonistas da borgonha. Consegue cobrir um grande número de AOCs (cada AOC é uma denominação de origem) e consegue ter qualidade em cada uma delas.

Mercurey, é um nome inspirado no Deus Mercurio, o deus do comércio.

O solo é argilo-calcário.

Esse Mercurey La Framboisière, já sugere pelo menos um aroma no próprio nome.

Framboesa...

No nariz é limpo, tem boa intensidade aromática (média+).

Notas de framboesa, groselha, cereja em calda...

Um vinho bastante jovem.

Na boca é seco, tem corpo médio - , taninos com textura aveludada (médio -) , álcool médio - , acidez médio +, intensidade de sabor médio +.

Notas de frutas vermelhas, muito bem equilibrado e fresco.

Boa persistência (médio+).

Um vinho para beber ou guardar (5 a 10 anos).

Nota: 90/100

Importador: Mistral (não tem esta safra, mas importa com exclusividade os vinhos da familia Faiveley)

domingo, 21 de junho de 2015

Tudo sobre as regiões francesas - Vallée du Rhône - Parte 32 - Sud Méridional - Côtes-Du-Rhône-Villages Séguret










A vila de Séguret tem o nome inspirado no latim: securus = fortaleza.


Fica no vale de Ouvèze, no departamento de Vaucluse, aos pés das montanhas de

Montmirail.


Por estar perto dos alpes, os vinhedos estão plantados em terraços, com solo argilo-calcário e pedregoso.


A história desses vinhos começou a ser contada em 1685, durante um période de grande produção, quando foi fundada uma confraria, que tinha como chefe uma mulher, coisa rara para a época.


Em 1967 foi criadoa a Côtes-du-Rhône Villages Séguret.


São 682 hectares.


Clima mediterrâneo, com a presença constante do vento mistral.


As variedades tintas são: Grenache (mínimo 50%), Syrah e Mourvèdre (mínimo 20% cada).


Os brancos e rosés podem ser elaborados com as variedades: Roussanne, Marsanne, Clairette, Grenache Blanc, Bouboulent e Viognier. 


Os brancos são frescos e de alta qualidade. 


Os tintos são marcados pela elegância e pela textura macia dos taninos.




Os brancos não podem ter menos de 12% de graduação alcoólica e os tintos 12,5%.

sábado, 20 de junho de 2015

Seleção Qualimpor em campo. Wine Day - Por :Bruno Airaghi












No último dia 18, na Casa Itaim, em São Paulo, a importadora Qualimpor, colocou seus craques em campo. Ou seja, sua gama de vinhos e azeites, liderados pela Herdade do Esporão. Entre os clássicos, destaque para o Monte Velho (branco e tinto). O Tinto Aragones, Touriga Nacional, Trincadeira e Syrah) é elegante, fresco e com boa estrutura. O branco, com Antão Vaz, Roupeiro e Perrum, tem cor citrina, é intenso e tem 13,5% de álcool. O enólogo australiano David Baverstock (foto), trabalha na casa há 33 anos. Fica entre o Alentejo e o Douro cuidando da Quinta das Murças e Herdade do Esporão (Alentejo). Ele comentou que o vinho mais vendido em Portugal é o Monte Velho 91, que custa entre 4 e 5 euros.













 O Duda Zagari, veio do Rio de janeiro para representar a Taylors e os vinhos do porto que sempre encantam. Seleção Taylor’s 10, 20, 30 e 40 anos, além de um 1964 que mostrou quanto os Portos melhoram com o tempo. 













Os Azeites Extra-Virgem da Herdade do Esporão também marcaram presença. Sempre com níveis de acidez entre 0,2 e 0,3%. Na mesa da Quinta do Crasto, foi difícil selecionar o melhor. Todos, respeitando preço e característica, vinhos excelentes. 













Provei, na companhia do Tomás Roquete (foto) o Crasto Douro Branco. Elegante, bem equilibrado. 













A Qualimpor também distribui as cavas da Freixenet, líder da categoria. A importadora Qualimpor distribui essas marcas com exclusividade no Brasil.


sexta-feira, 19 de junho de 2015

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Miguel viu tudo ficar pequeno, mas construiu coisas grandes... - Conto















Miguel nasceu
entre os vinhedos. 


Aos seis anos já corria de um lado pro outro, se divertindo
na colheita e tentando ajudar a mãe na mesa de triagem.


O pai deixou
pra trás os vinhedos, deixou pra trás a família e foi viver em Madrid com uma
cigana que depois de ler sua mão entrou também definitivamente em sua mente.


Menos mal que
Dolores, a mãe de Miguel, era forte como uma pedra.


Também era
dela a tradição vinícola.


Sabia tudo do
trabalho nos vinhedos, sabia tudo e mais um pouco sobre a vinificação, mas
vender...


Não tinha
nenhuma vocação para os negócios.


Miguel era
uma criança quando sua mãe precisou vender tudo.


Os dois
fizeram a mudança e ele jamais esqueceu os olhos de Dolores vendo os vinhedos
ficarem pequenos durante a partida para Barcelona.


Miguel
cresceu lentamente, como acontece em anos de sofrimento. 


Aos 15 começou
a trabalhar numa vinícola no Priorato.


O trabalho
era impecável e os conselhos de Dolores indispensáveis.


Conheceu
Maribel nessa época.


Parecia
impossível, parecia que se multiplicou em dois. 


Dava a mesma
dedicação aos vinhedos e mais dedicação ainda para Maribel.


O sucesso no
trabalho, ajudou Miguel a comprar seus próprios vinhedos, fazer seu próprio
vinho...


Aos 21 anos
tinha mais hectares do que tinha o seu primeiro patrão.


Maribel
recebia a mesma dedicação, mas parecia cada dia mais distante de Miguel. 


Sabe-se lá o
motivo...


Era hora de
resgatar o passado.


Num almoço em
família, num domingo ensolarado, Miguel olhou para Dolores e disse: Prepara Mamá.
Nos pondremos todo lo que era nuestro...


Dolores era forte, mas forte mesmo, mas nessa hora teve que chorar.

Os dois se abraçaram diante do olhar neutro de Maribel.

Não demorou uma semana e Miguel fechou o negócio.

Na viagem de volta, os olhos verdes de Maribel estavam cheios de lágrimas.


Miguel esperava que ela fosse junto, mas também esperava com tristeza
por esse desfecho.


No carro, em direção a Ribera del Duero, viu Maribel ficar pequena, mas viu os olhos de Dolores
brilharem como nunca tinha visto...


La Pierre Frite 2014 - Branco - Le Pas Saint Martin - Saumur - Loire - França





Uma das grandes surpresas que tive no início deste mes, quando visitei o Loire, foi a vinícola Le Pas Saint Martin, da AOC Saumur.







O Laurent, é um cara apaixonado pelos vinhedos e trabalha sem nenhum produto químico.

Biô, como eles gostam de dizer.

Gravei imagens para um documentário e logo mostro alguma coisa aqui no blog também.

Além de vinhedos bem cuidados, sadios e vinhos surpreendentes, visitar as caves subterrâneas, onde tinha uma antiga (antiga mesmo) igreja, é fascinante.







Hoje quero falar do vinho, La Pierre Frite (a pedra frita) 2014.

É elaborado com a Chenin Blanc (100%).

O solo é de silicio e calcário, da era jurássica.

Sem fermentação malo láctica, sem madeira e com as leveduras nativas, das próprias uvas.

No nariz é limpo, tem boa intensidade aromática (média+), notas de torta de limão, flores brancas e ervas aromáticas.

Na boca é seco, acidez pronunciada, corpo médio -, álcool médio, intensidade de sabor média+.

Notas cítricas de casca de limão e uma textura muito interessante, gordurosa...

É um vinho suculento que não passou por madeira.

O final é longo e o vinho jovem.

Quem quiser aproveitar o frescor deve beber logo.

Infelizmente esse vinho ainda não está sendo vendido no Brasil. Espero que venha logo.

Nota: 91/100


quarta-feira, 17 de junho de 2015

Veuve Clicquot Rich nasceu pra ser drink. Em grande estilo...





Eu já perdi a paciência com as frescuras do mundo do vinho. Gosto quando vou pra Argentina e vejo os hermanos colocarem gelo ou quando alguém me oferece uma sangria, quando os portugueses exibem taças de portonic...

Detesto quando dizem: isso pode, isso não pode... De forma geral pra tudo...

Não vejo o vinho como algo intocável e como diria minha avó Nely: "cada um desce do bonde como quer...

Dessa vez entrei num bonde (os mineiros diriam trem) pra lá de sofisticado.









A suite presidencial do unique (hotel 5 estrelas perto do parque Ibirapuera, em São Paulo), um apartamento luxuoso que custa "apenas" 25 mil reais por dia, recebeu jornalistas para mostrar a Champagne rich.

A Champa que nasceu para ser drink.

Porque nascer para ser drink?

Porque basta fazer as contas em qualquer balada, de quanto se vende de rum, tequila, cachaça, vodka...

Enquanto o coitado do vinho nem aparece nas prateleiras das noites brasileiras.

Vive preso a restaurantes e lugares sofisticados onde a faixa etária é mais alta e o poder aquisitivo também.







Nessa ilha da fantasia do Unique, provei todos os drinks oferecidos.

Pimentão, cítricos, chá preto... E também criei o meu, que se não foi o melhor também não fez feio.

Dificil fazer feio quando a base é uma champagne.











Um evento diferente, com as comidinhas preparadas pelo bourguignon Emmanuel Bassoleil e com o bom gosto da suite duplex pra lá de sofisticada.

Viva o drink!!!

Como diria Caetano Veloso: É proibido proibir...




terça-feira, 16 de junho de 2015

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Direto da França!!! Veja como é a polêmica alimentação do pato, para a produção do Foie Gras

\



Visitei a terra e conheci a priodutora Laure Mainville, da Ferme GHassiot.

Ela produz um dos melhores Foie Gras da França e me explicou que os patos vivem soltos na maior parte da vida, adquirem musculatura, comem o que querem...

Laure é uma mulher que ama a natureza e os produtos naturais.

ela me explicou que os patos, no final da vida, são alimentados 2 vezes ao dia, com uma dieta reforçada, com milho.

Como são aves migratórias, possuem uma bolsa que armazena o alimento.

Essa bolsa retém o milho até a próxima alimentação.

Pode parecer cruel, mas não é mais cruel que um abatedouro de boi ou de porco.

A produção é da amiga Svetlana Lemens, que é diretora de exportação da Cave Marmandais.

Essas imagens farão parte de um documentário sobre coisas boas da França.


Vinexpo começou ontem, em Bordeaux







É vinho, é Bordeaux, é França..

Mas o que se falou antes da 18ª edição da Vinexpo, foi sobre o crescimento da Prowein, na Alemanha, ganhando importância, se tornando mais interessante do que a feira francesa.

Mesmo assim os números da Vinexpo são impressionantes.

2350 expositores, de 42 países.

45 mil importadores, atacadistas, compradores e profissionais de 120 países.

Somando a isso, o fato da França exportar 7,6 bilhões de euros com o vinho, criar 500 mil empregos no país e ser o maior produtor de vinhos do planeta.


sábado, 13 de junho de 2015

TorreVento e o enigmático Castel del Monte. Por: Bruno Airaghi









A
la Pastina foi à Puglia (It
ália) ao redor de 1 ano atrás e trouxe para a o portfólio
Torrevento, com uvas brancas e tintas típicas da região que fica
25 km da costa Adriatica com distintos micro climas , que só premiaram
o grupo de clientes que atenderam ao convite do jantar degustação no Due Cuochi, no Morumbi, em São Paulo.


A
vinícola fica aos pés do Castel del Monte , uma fortificação em forma Octogonal
do século Xl , com 8 torres que basicamente deveria ser uma defesa.


Contudo
conta o produtor (MicheleTedone) na época não tinha do que se defender, daí o
mistério que alimenta uma boa história do local.


Sendo
3ª geração á frente da vinícola, produzem vinhos elegantes e de bom preço
qualidade, fator que atualmente é decisivo na aquisição de um vinho para
acompanhar um “buon pasto” (refeição) com a familia.


Puglia
e Primitivo , uma dupla irrepreensivel, mas os vinhos oferecidos iniciaram com
um branco DOC 2013 Pezzapiana das 2
uvas: Bombino e Pampanato, servido na temperatura 
correta,
um vinho leve, alegre de 12% de álcool, fresco, acompanhou bem o antipasto de
mil folhas de berinjela com frutos do mar, purê  de tomate com manjericão
e croutons.


Um
prato simples mas com riqueza de sabores. 


Por sinal, a cozinha estava sob a
regia de Mimmo Merla, chef da própria vinícola que deu um toque exclusivo ao
menu.


Com
orechiette Divella ao molho de tomate cereja , alcaparras , rúcula e ricota
entrou em cena o vinho tinto DOC 2012
Bolonero
, carregando 3 Bicchieri 2015 do Gambero Rosso .


Um
bom assemblage de Nero de Troia com Aglianico , 13% álcool. de terreno calcário
e a 450 mts. de altitude , é um vinho interessante , harmônico, toque aveludado,
fresco, por isso mereceu o Oscar de preço e qualidade. R$ 58,00 ( nota:90/100).


O
que vem a ser Bolonero?


Era
nos primórdios uma mistura de barro, feno, água  que diríamos uma espécie
do atual cimento .


Que
edifica , constrói , fortalece daí o nome que a vinícola escolheu


para
este vinho.


... Cameriere il secondo
piatto
:
Entrecote ao azeite extra virgem com purê de batatas.


Na
taça o vinho Vigna Pedale Riserva
DOC 2010 , anotar : 7 anos consecutivos 3 Bicchieri Gambero Rosso!


Vinho
de 13,5% , DOC 100% Nero di Troia, com 1 ano de botte grande e 1 ano de
garrafa.


È o
vinho “ambassador” na Europa, toque de violeta, herbáceo quase medicinal,
balsâmico, com um bom corpo e tanino macio, avaliado com : 92/100. R$ 110,00.


Top
dos tintos o: Ottagono  Nero di
Troia  Riserva DOCG 2011


(medalha
de prata Decanter WineAwards 2014, 2 Bicchieri Gambero Rosso).


Uvas
de vinhedo com 30 anos , extração concentrada , potente e gentil com 13,5% alc.
Valor a confirmar, contudo avaliado em: 91/100.


Finalizando
um Moscato , Vinho Dulcis in Fondo 
DOC 2009 (90 pts. WE).


Com
apassimento na planta desidrata 50% de água, concentrando o açúcar, boa
mineralidade, equilibrado, ideal combinação para uma pratada de queijos, na
mesa foi servida uma típica sobremesa da Puglia ( Panetto di minervino).


R$88,00,
89/100.


A
vinicola recebe interessados e dispõe de um restaurante com arcos no interior e
bem decorado.















Michele
Tendone (foto)

tem valor humanitário.


Oferece a municipalidade local
leitos para enfermos e reabilitação de deficientes.


Adora
naturalmente as netas e equitação.


Gol
da Puglia e La Pastina, que acertou no alvo!












































































quinta-feira, 11 de junho de 2015

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Pagos de Familia Marques de Griñon. Por: Bruno Airaghi







A WineBrands  apresentou com almoço (9/6) no Rubayat
(Faria Lima) os vinhos da família Marques de Griñon, através do enólogo Julio Mourelle
(foto), natural da Galicia mas atua na vinícola em Toledo, proximo a Madrid, no
domínio de Valdepusa.


Domínio de Valdepusa,  foram os primeiros Pagos a
serem reconhecidos como Denominación de Origen.


Elabora três tintos varietais com Syrah, Petit Verdot e
Cabernet Sauvignon.


É bom esclarecer que nem todo vinho de Pago faz parte da
Denominación de Origen a que estamos nos referindo.


Embora o conceito seja o mesmo, de um vinhedo diferenciado
(single vineyard) para a elaboração de vinhos personalizados, muitos
produtores utilizam a palavra pago, para dar prestígio a seus vinhos.


Infelizmente, alguns deles abusam deste nome, para vinhos
não tão “diferenciados”.


Contudo, boa parte dos Vinos de Pago são realmente
especiais e naturalmente, nada baratos.













Neste caso, os vinhos oferecidos partiam de R$ 150,00 até
R$311,00.













 O 1º rotulo tratava-se de El Ricón 2007 , elaborado com
Syrah e Garnacha, com grad.alcoolica de 14,5% porém tudo estava bem harmonizado:
taninos , acidez.


Um vinho equilibrado, pronto. Encanta na boca


com boa fruta , frescor um toque mentolado, resultado de
12 meses de barrica francesa.


Valor:R$ 151,00


Nota :89/100













Na sequencia foi para taça o SUMMA (+) de soma , um
exemplar de 60% Syrah, 20%Cabernet Sauvignon e 20% de Petit Verdot, safra 2008
e 14,5% de álcool.


Na partida já me identifiquei com ele, bom vinho, fruta
honesta com suave aporte de carvalho francês.


Concluímos que acompanha a moderna cozinha mediterrânea.


Um vinhaço com preço de R$200,00.


Nota 91/100.













Sempre nos tintos o 3º vinho foi um Syrah 2007 Marques de


Grigñon, 14,5% de álcool, com 18 meses de barrica sempre francesa. 


Um belo Syrah harmonioso, jovem, que tem muito a
mostrar com o tempo.


Valor : R$ 311,00


Nota: 90/100













Para finalizar entrou em cena o Petit Verdot 2008, Single
Vineyard, Marques de Grigñon D.O.


Um bom corpo, um pouco jovem com toque rústico, taninos
pronunciados, podíamos dizer 
um vinho de reflexão.


Um bom vinho por R$311,00.


Nota : 90/100





Todos os vinhos acompanharam bem as carnes já conhecidas
do Rubayat, foi uma experiência p
ara entender melhor esta denominação que hoje somam 15 pagos na Espanha.


Parabens ao enólogo, um amante da MPB (musica popular Brasileira) e a vinícola que tem uma produção máxima de 30 mil garrafas (no caso dos Single Vineyards 13 mil).





Importadora: