segunda-feira, 29 de junho de 2015

Leonardo queria ser Da Vinci e acabou atravessando o espelho... - Conto











Leonardo não tinha esse nome por acaso. 


E não era por
acaso que ele passava algumas horas por semana no museu do Louvre vendo a
Monalisa. 


Seu pai era um grande especialista em artes e passou junto com o
nome, ensinamentos que devem acompanhar Leonardo até o final da vida. 


A grande
obsessão de Leo era descobrir o motivo do sorriso da Gioconda. Pesquisas,
entrevistas, suposições, nada era capaz de revelar o segredo. 


A arte era uma
desculpa para abandonar a gerencia da maior loja de vinhos de Paris e passar
algumas horas em transe. 


Nem é preciso dizer que era apaixonado e uma
verdadeira enciclopédia sobre os vinhos italianos. 


Passar pelo menos uma hora
diante do sorriso da Gioconda era além de uma terapia, uma viagem no tempo. 


Monalisa seria o próprio Leonardo (o Da Vinci)? Seria uma irônica que ria das
imbecilidades humanas? Seria uma alma viva que atravessava séculos sorrindo e
pensando: perdoai-vos, eles não sabem o que fazem… 


Naquele dia em especial Leo teve
a certeza que ela era o passado, o presente e o futuro. 


Olhou para os lados e
via a quantidade de selfies, cameras, euforia… 


Gente que pouco sabia o que
estava vendo. 


Ao seu lado um mexicano gravava tudo que via em um celular. 


Nesse
dia Leonardo estava especialmente decepcionado com Elisabetta. 


A milanesa saiu
de casa fazia uma semana e disse que jamais voltaria. 


A Gioconda ria. 


Leonardo
tinha uma relação de amor e ódio com o quadro. 


Para ele uma alma viva. 


A
vontade era de esbravejar, ofender, atravessar a dimensão e tirar satisfações
com a sorridente misteriosa. 


-Você sabe exatamente do que estou rindo. 


-Gioconda!!! 


-Quantas vezes você sabia que não estava fazendo a coisa certa e
mesmo assim seguiu em frente? 


-è vero… 


-Quantas vezes olhou para meu rosto e
percebeu o recado e mesmo assim insistiu… 


Otário!!! 


-Monsieur…Monsieur… Le musée
est fermé… 


Ufa!!! 


Era um sonho? Um pesadelo? 


Leonardo deixou o museu relaxado… 


Triste por Elisabetta, por ele mesmo, mas feliz por ter desvendado o mistério. 


A Gioconda vive e ri de todos nós…


















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