Depois de postar sobre as cultura orgânica, biodinâmica e convencional, o
meu amigo Didú Russo comentou sobre a ausência dos vinhos naturais. Ele
tem razão.
Por isso os comentários são tão enriquecedores.
Procurei em sites franceses, já que nenhuma associação oficial rege as
leis ou normas para a cultura de vinhos naturais e encontrei a AVN
Association des Vins Naturels.
O lema da associação é respeitar a vida, a terra, os vinhedos, a uva.
Para isso, não utilizam moléculas saídas de elementos químicos.
O objetivo é produzir vinhos que exprimam o terroir e a safra.
"Não queremos ter vinhos padronizados, queremos ter os nossos vinhos, vivos e sem seguir a moda do momento, mas a natureza."
Palavras de Thierry Puzelat, do clos du Tue Boeuf, no Loire.
Eles defendem uma viticultura artesanal e sincera, independente da lei do mercado.
Contra a uniformização do gosto.
Eles seguem as seguintes regras:
Os produtores devem seguir obrigatoriamente as agriculturas biologica (orgânica) ou biodinâmica.
Colheitas manuais.
Somente leveduras indígenas devem ser utilizadas.
Nenhuma modificação na constituição original das uvas é tolerada, como
técnicas físicas brutais traumatizantes como (osmose inversa, filtragem
tangencial, Pasteurização flash, termovinificação, etc.…).
Nada pode ser adicionado, o enxofre segue como exceção.
Um vinho
AVN terá, no entanto, nada, ou muito pouco sulfito adicionado.
A dose total de enxofre após o engarrafamento dos tintos pode ser de
zero (ou traços naturais) até o máximo de 30 mg/l (para se ter uma
ideia, a quantidade autorizada pela União europeia é de 160 mg/l.
Para os Brancos: Zero (ou traços naturais) à 40 mg/l.
A União Europeia autoriza para os Brancos de 210 à 400 mg/l.
Os rótulos devem ter a inscrição AVN.
No caso do produtor não adicionar nenhum sulfito, o vinho terá a indicação no rótulo: « Vin AVN zéro sulfite ajouté ».
Fonte: http://www.lesvinnaturels.org/charte-signee-par-les-vignerons/