quinta-feira, 16 de julho de 2015

CORES, FORMAS, VOLUMES E BACO Por: Zé Carlos Conte























Ralph Steadman nasceu em Wallesey, Liverpool/ Inglaterra
em 1936; em maio passado completou 79 anos de idade com semelhante vigor que o
levou, em 1971, a ilustrar magistralmente um livro que viria a ser clássico na
contracultura – “Medo e Delírio em Las Vegas”, de Hunter S. Thompson.


“Ilustrar”, aliás, é um termo que fica devendo àquele
trabalho de Steadman: ele realmente criou imagens e situações que Hunter não
havia escrito e sequer imaginado.


(A parceria profissional entre eles prosseguiu,
desdobrou-se no “jornalismo gonzo” e, como a amizade, só acabou pelo suicídio
de Hunter, em 2005.


Gonzo
faz você se sentir bem, ao contrário do que te faz sentir-se mal, que é o banzo.
Seja banzo se você quiser, mas não me responsabilize e nem me dê créditos por
isso, ou você me deixará doente”, diz Steadman sobre o estilo.





























Colaborador assíduo de ‘Rolling Stones’, ‘New
Yorker ‘, ‘The New York Times’ etc, Ralph Steadman ultrapassa em muito o
território do cartum e da caricatura.


O emprego das várias técnicas que caracterizam seus
trabalhos começa quase sempre com um borrão de tinta a esmo sobre o papel. O
que se segue é procura, aventura, intuição, procura e labuta, como se pode ver no
filme “Retrato de RS”, dirigido por Charlie Paul e co-protagonizado por Johnny
Deep. 





























Steadman fez capas memoráveis, como as de “Alice no
País das Maravilhas”, de L. Carroll e “A Revolução dos Bichos”, de G.Orwell.


Anticlerial, devoto às tintas, canetas e pincéis,
ora diariamente pela cartilha do vinho. Por ele fez pôsteres e tornou a público
“The Grapes of RS”, um desmascarado louvor a Baco.





























O vinho nunca lhe trouxe problemas, pelo contrário.
Exceto quando parte da Cúria do estado de Ohio, EUA, misturou as uvas e achou
de proibir a circulação entre seus fiéis do vinho “Cardinal Zin”, cujo rótulo
foi desenhado por Steadman. Explicando melhor:


-
A vinícola californiana Bonny Doon, produtora do “Cardinal”, quis fazer um
trocadilho com a uva que usa nesse vinho, a zinfandel (coloquialmente tratada
como "Zin") e a palavra "Sin", que significa
"pecado". Já "cardinal" é cardeal, mesmo, embora também
tenha o sentido de principal.



que nos EUA, hoje, "Pecado Cardeal" (também pode ser "Cardeal
Pecado") é imediatamente ligado aos casos de pedofilia envolvendo lotes de
cardeais.


Em
resumo: azar de Ohio.


Salute,
Steadman!


















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