Viajar pouco menos de 100 quilômetros até Campinas já seria um bom programa. A cidade é grande, com todos os benefícios de cidade grande e sem tantos problemas de uma metrópole. O Empório Armazém Gourmet, no elegante bairro do Cambuí, é bem abastecido, claro, arquitetura moderna e pessoal simpático. No andar de cima a cozinha e as mesas preparadas com as taças já mostravam que esse pessoal do Enoblogs não está pra brincadeira.
Por estes milagre
s do vinho todos se conheceram pessoalmente, mas com caras e ideias já conhecidas.
O Adilson da Cave Amadeu falou sobre um mago chileno que sabe elaborar espumantes como poucos (muito poucos). Uma vez recebi um amigo francês fanático por champagnes e convidei para um jantar no Vino, em São Paulo. Quando vi um espumante do Mario Geisse na prateleira percebi que iria surpreender o amigo. Dito e feito, levou 6 garrafas do Nature Terroir para a França.
Os espumantes são produzidos em Pinto Bandeira, Bento Gonçalves. Todos pelo método tradicional, o Champenoise, de segunda fermentação em garrafa.
O Amadeu Brut Rosé foi o primeiro a ser servido. 50% Merlot, 30% Cabernet Sauvignon e 20% Pinot Noir. A cor não é dos rosés do novo mundo, é cor de rosé francês, salmão!
No nariz bastante floral, morango e framboesa também. Na boca tem boa cremosidade e frescor. Perlage fino. Um pouco doce.
O Cave Geisse 100% Pinot Noir 2004 veio em seguida. A cor é idêntica ao primeiro, mas os aromas mais interessantes. Morango, violeta, pêssego e pão torrado.
Na boca é mais cremoso que o primeiro e menos doce.
O Amadeu Brut (Chardonnay 75% e Pinot Noir 25%) tem uma bela cor palha com reflexos dourados. No nariz damasco seco, maracujá e o tradicional aroma de panificação.
Na boca é bastante agradável e aveludado.
O Cave Geisse Nature 2005, sem licor de expedição, para mim é o melhor espumante brasileiro com relação custo qualidade. Chardonnay e Pinot Noir como o anterior. A cor é bem parecida com o anterior. No nariz brioche, pêssego e frutas brancas secas (damasco, abacaxi, etc). Na boca é maravilhoso!
Cremosidade incrível, equilíbrio perfeito e boa acidez. Tem um ótimo final de boca.
O próximo Cave Geisse Brut, tem como diferencial o licor de Expedição, que o nature não tem.
É bastante parecido com o anterior, porém um pouco mais doce (pouca coisa) no nariz senti principalmente pêssego e lichia.
A estrela da tarde foi o Nature Terroir elaborado com Chardonnay e Pinot Noir com porcentagens para confundir qualquer um: de 62 a 38% de Chardonnay e o restante Pinot Noir (deu pra entender), nem sempre os magos ensinam suas mágicas!
A safra é de 2003. A cor tem mais reflexos dourados, a perlage é bem fina. No nariz o primeiro impacto é o típico dos bons champagnes franceses: aquele cheiro de brioche quentinho que pode até levar uma geléia de damasco. Frutas secas, maçã verde, lichia e carambola.
Na boca a cremosidade é impressionante, mostra que o vinho base é de alta qualidade. Os franceses de outras regiões fora da Champagne, falam com dor de cotovelo que se um vinho é bom não precisa colocar bolhas, pura inveja!
Para mim terminou a degustação aqui. Tomei o bom El Sueño Carmenère 2006 acompanhando o belo menu de Baco oferecido: Um medalhão de Filet Mignon com pimenta rosa e risoto de Shitaque. Não anotei mais nada, só aproveitei.
Espero a próxima!
Rever em breve os amigos Paulo, Cristiano, Álvaro, Daniel, João Felipe Clemente, Alexandre e o Emerson que deve ter seu blog em breve.