sábado, 22 de fevereiro de 2014

O Apaixonado Johnny Depp da Toscana



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Esta foto mostra exatamente a fisionomia de Pier Carlo.


É o braço direito de Paolo numa charmosa vinícola Toscana.

Pier Carlo sabe tudo o que é possível saber em uma vinícola. 


Os amigos, é
claro, o chamam de Johny Depp, ou melhor Don Juan de Marco.

Além da semelhança física, a facilidade em conquistar as mulheres também
ajudavam no apelido. Se bem que alguns amigos mais invejosos preferiam chamá-lo
de Bell´Antonio, personagem de um sucesso do cinema dos anos 60 em que Antonio,
vivido por Marcello Mastroiani era desejado por todas as mulheres, era belo,
mas... Impotente!

O apelido era por causa da timidez de Pier Carlo, para sair o primeiro beijo era
preciso um esforço enorme de sedução da parceira. Se bem que depois diziam
maravilhas do amante!

O problema de Pier Carlo é que desobedecia a principal regra dos conquistadores
habituais: Se apaixonava loucamente, muitas vezes a primeira vista.

Todos os anos na época da colheita, Pier Carlo escolhia os trabalhadores
temporários para a tarefa.

Agricultores do leste europeu, estudantes de enologia, apaixonados por vinhos e
aventureiros batiam na porta pedindo trabalho.

Em anos passados ele já havia se apaixonado por russas, romenas, espanholas,
portuguesas, por toda a Torre de Babel.

Quando acabava a colheita ele se despedia da sua paixão, pegava uma garrafa de
vinho e deitava no chão para olhar as estrelas.

Sofria!

Muitas vezes mais de um mês de sofrimento.

Karine chegou com uma mochila nas costas, sotaque britânico, olhos verdes como
os de Sophia Loren e um corpo que matava de inveja as outras mulheres. Sim
morrem de inveja de um corpo perfeito!

Karine trabalhou bastante, bebeu vinho com Pier Carlo durante toda a semana. Um
dia o vinho espantou a timidez e os dois se beijaram longamente.

A paixão já estava a todo vapor desde o segundo dia.

Com o fim da colheita, fim do trabalho pesado, os temporários foram
dispensados. Paolo pagou o que devia e eles partiram, alguns de ônibus, outros
a pé, como por exemplo Karine.

Pier Carlo pegou a garrafa de vinho, caminhou até as vinhas, deitou-se no chão
e olhou as estrelas com a garrafa ainda fechada.

Chorou como uma criança!

Quando pensava em voltar pra casa, ouviu um barulho de passos, mas não tirou os
olhos das estrelas. Os passos chegaram mais perto, ouviu o barulho da rolha
saindo da garrafa, mas não queria acreditar no que estava pensando para não
sofrer ainda mais. Uma mão macia tocou seu rosto, os lábios de Karine
encostaram em seu ouvido e uma voz doce disse: "Vim para passar meses na
Toscana, pensou que tinha ido embora sem nem mesmo se despedir?"

Pier Carlo não disse uma palavra, os dois ficaram ali por horas, até abrir a
boca para jurar amor eterno.

Paolo ganhou uma funcionária bilingue linda e sorridente. Pier Carlos perdeu o
apelido. Não existe mais Don Juan. Muito menos Bell´Antonio.

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