O Breno se formou em filosofia na USP, passou por universidades europeias, estudou cinema, trabalhou em grandes agências de publicidade e é um especialista em vinhos.
Um cara que tem muitas histórias pra contar.
A foto acima foi tirada na entrevista que ele deu no programa provocações do Abujamra.
Breno, há quanto tempo você trabalha com vinhos,
provando, escrevendo, fazendo eventos como o wine in?
Beto, trabalho com vinho desde que me desliguei da
Portfólio Comunicação, onde detinha 47,5% das ações até setembro de 2006. Me
desliguei em parte, porque já escrevia criticando restaurantes, propondo
enoturismo, participando de degustações e não conseguia mais conciliar agência
e esta nova fase da minha vida.
Como surgiu a ideia de importar vinhos?
Importar vinhos é uma ideia que me persegue desde
que viajo, conheço uma vinícola que me encanta, com vinhos que não chegam ao
Brasil. Tenho paixões deste tipo no Chile, no Piemonte, no Rhone e no Toro.
Os vinhos são de que região?
A Quinta dos Termos, minha primeira importação, é
da Beira Interior, Portugal, no lado sul da Serra da Estrela, bem próximo da
fronteira com a Espanha.
Imagino que os vinhos devem ter te conquistado e por isso, resolveu
compartilhar esta descoberta, certo?
Exatamente. Na Expovinis do ano passado, lá estava
a barraquinha do expositor a servir seus vinhos, quando disse-lhe que só me
interessavam vinhos exóticos, àquela altura da Feira, quando já tinha dado um
giro geral e degustado nem sei quantos vinhos diversos. Ele me serviu este
Talhão da Serra, 100% Rufete… Amor ao primeiro gole!
Quantos rótulos você trouxe?
Quatro. O próprio Talhão da Serra, dois
vinhos de cortes típicos autóctones, o Forja do Ferreiro e o Quinta dos Termos
DOC com uvas como Jaen e Marufo, além do Rufete, Touriga Nacional e Tinta
Roriz, finalizando com um 100% Syrah, o Reserva do Patrão.
Como são estes vinhos e pra que tipo de ocasião você indicaria?
O Talhão da Serra é diferente dos
outros, é feito com esta Rufete, uma uva em decadência em Portugal, hoje ocupa
menos de 0,1% do território nacional voltado à vitivinicultura. É um vinho
tratado a "pão de ló", ou seja, depois da malolática, estágio de um
ano em barris Allier tosta fina, primeiro uso, por um ano completo, além de
dois anos de descanso em garrafa antes da comercialização. O mesmo tratamento
que recebe o Reserva do Patrão. Os outros dois são bem mais
simples, passam por um leve processo de "madeiração" via inserção de
chip de madeira (ninguém é perfeito!), que lhes confere um lugar de destaque
numa faixa de mercado de entrada. O Forja do Ferreiro é feito
com uvas da região, reunidas em cooperativa, colhidas a 10 toneladas por
hectare. Já o Quinta dos Termos DOC é feito de uvas plantadas
na Quinta, colhidas a 06 toneladas por hectare.
Quais os preços dos vinhos?
O Forja do Ferreiro vai ser
comercializado numa faixa entre R$30,00 e R$40,00 para o consumidor final.
O Quinta dos Termos DOC de R$37,00 a R$50,00. Os outros
dois, Reserva do Patrão e Talhão da Serra, muito
mais pretensiosos e custosos em sua elaboração, serão vendidos acima dos
R$100,00/ R$120,00 para o consumidor.
Como encontrá-los?
Em princípio, nas lojas do ramo e em restaurantes,
em São Paulo. Estamos em negociação com várias lojas e restaurantes neste
momento, por isso ainda não posso responder de modo definitivo. Mas meu e-mail
pode ser um bom caminho - brenoraigo@gmail.com
Qual o nome da importadora?
É a Galeria dos Vinhos, uma empresa do Leandro
Chicarelli, velho amigo e experiente importador, além de distribuidor de vinho,
responsável por tantos produtos de sucesso neste nosso mercado tão competitivo,
entre outros, os italianos Dante, os provençais Ondines, os argentinos do Mauricio
Lorca, os chilenos Promesa e Sutil.
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