segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Em 80 anos a Cooperativa Vinícola Garibaldi conheceu a fartura, a crise e a volta por cima







No final de semana que passou visitei a Serra Gaúcha e a Fenachamp.

Essa semana pretendo contar algumas histórias que aprendi por lá.

Se alguém resolver contar a história da produção de vinhos no Brasil
precisa conhecer a história da Cooperativa Vinícola de Garibaldi.

Junto com outros jornalistas de diversos estados do Brasil, fui até la.





Ganhei um livro escrito por Cassius André Fanti, que conta a história,
os projetos e a importância da Cooperativa na viticultura brasileira.

Terminei visitando a Fenachamp pela primeira vez.





A Cooperativa tem hoje 350 associados.

Olhando pra trás, percebemos que os associados de hoje são os fortes daquela história de que só os fortes sobrevivem.

A cooperativa teve momentos de potência econômica quando por exemplo,
participou da criação da Navinsul, comprando um navio tanque da armada
francesa para transportar vinho pelo país.





O navio só foi vendido, quando a rede rodoviária do estado se desenvolveu permitindo o transporte terrestre.

O milagre brasileiro que Juscelino Kubitschek comandou na década de 50
fez com que a cooperativa apresentasse números incríveis, como um
contrato de venda de 30 milhões de litros de vinho para a França.





Assim a cooperativa chegou a 1500 associados que conheceram o outro lado
da moeda com uma crise no final dos anos 60 e início da década de 70,
que incluiu a falta de pagamento da safra e corte de créditos que quase
terminou em falência. Com tanta semelhança com a própria história do
país, até os anos da ditadura atingiram a cooperativa de forma direta.

3 associados descontentes com a cooperativa, foram presos pelo DOPS
acusados de incomodar o influente presidente da associação, Humberto
Lotti (foto abaixo).



Por sorte, a ideia era apenas intimidar os 3 associados e as consequências não foram graves.

Lotti passou 42 anos na cooperativa, foi presidente de 66 a 72 e vereador em Garibaldi.

Quando deixou a presidência da cooperativa, a situação era desastrosa.

Dividas maiores do que o patrimônio e concorrência tirando proveito e
ganhando espaço no mercado. Houve uma intervenção para evitar a falência
e no final o próprio interventor acabou contratado como
superintendente. A situação melhorou e a falência foi evitada.



 Na
comemoração dos 50 anos, foi criada a Fenachamp (Festa Nacional da
Champanha) com a presença do presidente Figueiredo, na única visita de
um chefe de estado ao município até hoje.

Nos anos 90, outra crise importante abalou a cooperativa e diminuiu sensívelmente o número de associados.

Pelas mãos do presidente Oscar Ló, a cooperativa decidiu investir,
comprou a marca Granja União, comprou equipamentos modernos e e a crise
foi embora.



Hoje são apenas 350 associados, que resistiram aos temporais.

Quando perguntado sobre o aumento desse número, Oscar deixou claro que
só os fortes enfrentaram tudo isso e não abandonaram o barco, não há
plano de crescimento do quadro associativo, o plano é de crescimento de
receita e qualidade.

A Cooperativa Vinícola de Garibaldi faturou 45 milhões de reais em 2010 e prevê um faturamento de 52 milhões em 2011.

Amanhã falo dos produtos da cooperativa.









Fotos atuais: Daniela Villar

Fotos Antigas tiradas do livro comemorativo dos 80 anos.

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