segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Hedoniste (Francês)=Hedonista (Português)= Viver para se dar prazer. No dia mundial da Chamapgne a Hedoniste mostrou suas armas







A Champagne em si já remete ao luxo, ao prazer, felicidade.

No dia mundial da Chamapgne (sexta-feira passada), a jovem importadora
Hedoniste mostrou que entra não apenas no  mercado do vinho, mas entra
no mercado de luxo com produtos impecáveis.

A importadora só importa Champagne.

Chegamos e a taça com as boas vindas era de uma Brut Premier Cru.





A Lamblot é assim como as outras, uma Champagne artesanal, elaborada com
uvas da vila de Vringy com 40% Pinot Meunier, 40% Chardonnay e 20%
Pinot Noir.

O preço de lançamento é 200 reais.

Poderia parar por aí.

Sem comida, sem nada, apenas com as notas de panificação, flores e a
cremosidade que nenhum outro lugar do mundo é capaz de reproduzir.

Mas não. Tinha muito mais!

Levando ao pé da letra o nome da importadora, 8 pratos preparados com
esmero e excelência pela jovem chef Luiza Hoffmann, que normalmente
utiliza 70% de produtos orgânicos no restaurante.





Luiza tem no curriculo a avó que teve 15 filhos e sempre preparou coisas
deliciosas. Depois foi para a Austrália trabalhar em restaurante. De
garçunete foi para a cozinha, foi para a Tailândia, estudou na escola de
Paul Bocuse, trabalhou com Martin Berasategui e Alex Atala, tudo isso
aos 26 anos.

Era um jantar de Champagnes e Gastronomia que extrapolavam as técnicas e
entravam com facilidade no campo da arte. Começar um jantar com uma
Champagne Grand Cru, imagina onde vamos parar.





A Michel Arnoud Extra Brut Grand Cru, elaborada com 100% Pinot Noir, não
recebeu nenhum licor de expedição.  Foram importadas apenas 120
garrafas para o Brasil.

No lançamento custam 275 reais.

Essa foi produzida na vila de Verzenay, na montagne de Reims.

Nenhum licor de expedição.

Aqui entramos num mundo onde conseguir traduzir em palavras é um desafio quase insano.

As notas de brioche recém saído do forno, se misturam a flores brancas e frutas cítricas.

Lichia também da as caras.

Na boca a cremosidade e a elegância superam qualquer comentário.

O final é longo.

Foi quando a Luiza entrou em campo.





Concordo que a harmonização com Champagne é fácil, não requer grande
ciência, mas brilhar junto com essas estrelas que subiam para o topo das
taças com fineza e rapidez não é pra qualquer um.

O prato veio com um acabamento digno dos grandes chefs, o polvo e a lula
estavam no ponto certo, cozimento perfeito, à provençal.

Nessa hora parecia que nada mais poderia acrescentar, mas estávamos longe do final.





A Michel Arnaud Brut Tradition tinha notas de amêndoa, pêssego, pão torrado e é 100% Pinot Noir.

Uma Blanc de Noir de cremosidade impecável.

Longa que sou capaz de lembrar as notas cítricas e até de caramelo que ficaram na boca.

E la vem a Luiza de novo, com um couscous marroquino a provençal servido numa taça de café.





Nem dava tempo de admirar o clima descontraído do Figo, um restaurante
com nome de fruta que na verdade significa uma coisa legal,
interessante, na gíria dos jovens milaneses.

Quando pensei em observar o lugar com mesas bem postas, uma lousa com os
nomes dos grandes chefs e grafia moderna, veio o Franck.





Não, não me refiro a uma pessoa, me refiro ao Franck Bonville Brut
Selection Grand Cru, que recebeu 90 pontos do Parker numa prova de que
realmente o boato de que o crítico americano não gosta de Champagne está
certo. 90 é realmente pouco!

É um Chardonnay elaborado nas mãos de um especialista.

Também custa 250 reais no lançamento e vale cada centavo.

É um Blend das safras de 2006 e 2007, tem no nariz as notas de brioche
características, mas tem também um bouquet agradável de maçã verde.

A boca fica tão cremosa com a espuma elegante dessa Champagne que dá vontade de deixar ela ali.

Mas depois de engolir o final cítrico e de novo maçã verde é encantador.

Se eu fosse a Luiza não traria prato nenhum, mas aos 26 anos todo mundo (ou quase) tem coragem.

Quem sofreu nas mãos de Martin Berasategui ("era na base da porrada") e
saiu ilesa, e cheia de elogios não pode ter medo de nada.

Ela explicou que o chef é mesmo duro, mas tem que ser assim.

Até para filtrar os fortes.

Portanto não foi uma crítica, mas pra ela um elogio ao mestre.





Ela veio com uma Bruschetta de Figo com um pão de alecrim que é receita de família.

Em cima do pão: geleia de figo sem açúcar e queijo Brie. Para finalizar um figo fresco e nozes pecan.

Agora eu nem pensava mais que a experiência era suficiente. Agora eu já
acreditava nas surpresas da mesma forma que uma criança acredita na
chegada do Papai Noel.





Veio o Michel Arnaud Brut Rose Grand Cru.

100% Pinot Noir, como rosé de adição ou rosé de Assemblage.

É muito comum na Champagne (em diversas partes do mundo) misturar uma
pequena quantida de vinho tinto (que nesse caso passou por madeira) ao
branco para criar um rosé.

Isso é proibido na Provence, terra de rosés, mas deixa o vinho bem
elegante e sem a predominância dos aromas da casca da uva tinta quando
esmagada junto.

E assim era a Champagne, elegante, bem equilibrada, com notas de groselha bem evidentes.

Na boca a cremosidade e elegância de sempre.

Custa 300 reais.





Luiza encarou o desafio com um Ceviche, com tempero sutil e excelente apresentação.



Veio outra vez o Franck.

 Franck Bonville Brut Rosé Grand Cru.

No nariz groselha, framboesa e brioche

Nesse caso o rosé foi vinificado como rosé, com o contato com a pele vermelha da uva.

90% Chardonnay e 10% Pinot Noir.

Na boca elegância e cremosidade incrível.

Final longo com toque floral.





Luiza nesse caso preferiu a simplicidade do melão com presunto Parma.

Acha que eu não tive um preferido?

Tive sim.





Fiquei encantado com o Millesime 2005 de Franck Bonville.

Um Grand Cru que foi escolhido para a festa do prêmio Nobel em Estocolmo, em 2010.

Elaborado com Chardonnay de dois vinhedos em vilages diferentes.

A cor já pende mais para o dourado, não falei antes, mas se tratando
dessas champagnes todas tinham a perlage bem fina e persistente. Evitei a
repetição.

No nariz tem um toque de evolução bastante interessante, brioche, baunilha, mel, notas minerais e citricas.

Na boca é o mais elegante, o mais cremoso, o mais longo.

Vai encarar, Luiza?

Pois é, para o melhor vinho o melhor prato da noite.





O Robalo com manteiga e sálvia e risoto de banana da terra estava impecável.

Nota 10!

Mas ainda não acabou.





O nível foi subindo desde a primeira taça e embora o anterior tenha sido
o meu preferido por uma questão de paladar, reconheço a excelência do
Michel Arnaud Carte d'Or Millesime 2004.

Uma cuvée de excessão (só produzido em safras especiais) de fechar
qualquer banquete em qualquer lugar do mundo com chave de ouro.

Passou 3 anos em contato com as leveduras.

No nariz é muito elegante.

As notas de panificação, baunilha e frutas cítricas invadem o nariz.

Na boca o vinho tem um toque mineral bastante agradável.

Tem frescor, elegância e final.

Final quase eterno.

Custa 350 reais.





Para acompanhar veio o Pato com Figos.

Algo para fechar a noite, esperando apenas a sobremesa.

Na sobremesa mais uma surpresa de Franck Bonville.

O Demi Sec.





No nariz a doçura já se mostrava. As notas de panificação lembravam aquele Pain au Chocolat que quem já comeu não esquece.

Na boca elegância e equilíbrio.

Final longo.

Agora Luiza que abriu muito ouriço e descascou muita batata para o
mestre Berasategui, trouxe um Figo recheado com queijo Brie e Sorbet de
Goiaba orgânica.

Sem clara, sem açúcar e com pimenta rosa e menta silvestre.

Agora sim, pude ir embora.

Que sacrifício!

Hedoniste - hedoniste.com.br

Figo - Rua Diogo Jácome, 372 - Vila Nova conceição - www.figogastronimia.com.br



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