A Covela é bastante conhecido entre apreciadores de vinhos. Produzia vinhos biodinâmicos no norte de Portugal, fazia sucesso no mundo todo, exportava para os quatro cantos do planeta.
De repente faliu.
A propriedade que pertenceu ao centenário diretor de cinema Manoel de Oliveira, agora está nas mãos de gente disposta a continuar e até melhorar a produção de vinhos de alta qualidade.
A nova Covela nasceu em 2010, quando passava um fim de semana no hotel
Fasano, no Rio de Janeiro, Marcelo Lima conheceu por acaso dois empresários
portugueses que o informaram que a Covela iria a leilão. Esse encontro acabou
por mudar o rumo desta quinta e juntar Lima e Smith numa grande aventura.
Lima é economista e acionista do grupo brasileiro
Artesia, com interesses em várias áreas, desde a refrigeração comercial (possui
a Metalfrio, a segunda maior empresa do mundo no ramo), ao vestuário (marcas Le
Lis Blanc, Bo-Bô e Johnjohn) e o banco (C1 Bank na Florida, EUA), faturando
anualmente cerca de 2,2 mil milhões de reais. Lima é também fazendeiro, com
propriedades no Estado de Minas Gerais. Smith é jornalista, ex-correspondente
da The Associated Press e do The New York Times, e ex-diretor da Condé Nast
International com ligações a
Portugal desde 1988. Trabalhou vários anos em Portugal como correspondente e
editor e depois seguiu para o Brasil. Conheceu Lima em 2000, quando era
correspondente do The New York Times, em São Paulo.
Os
dois eram enófilos e gostavam muito de Portugal. “Quando bebíamos um copo
juntos, na brincadeira sempre dizíamos: um dia havemos de fazer vinho juntos”,
recorda Tony Smith. Entre 2006 e 2010, os dois amigos visitaram várias
propriedades à venda em Portugal, desde o Alentejo ao Douro, em busca de uma
onde pudessem concretizar esse sonho. Até que surgiu a hipótese da Covela.
Smith, representante da editora Condé Nast no Brasil, regressou a Portugal logo
em 2011 e gere in loco a quinta.
Os vinhos seguem sendo de agricultura orgânica, não mais biodinâmicos.
O enólogo Rui Cunha, que já havia trabalhado na Covela e conhecia aqueles vinhedos como poucos, é o enólogo.
Com poder de investimento, os novos sócios estão inclusive apoiando um trabalho arqueológico em suas terras.
As primeiras garrafas estão sendo liberadas agora e serão uma exclusividade do Encontro de Vinhos Off.
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