segunda-feira, 6 de junho de 2011

Vilmar Bettú. Talvez ele seja o último romântico







Como se fosse um encontro secreto Vilmar Bettú, nos esperou com paciência, até a nossa chegada, por volta da meia noite.


O jovem senhor de olhar sossegado, cabelos longos, um rabo de cavalo e cara de satisfação, foi logo se apresentando para cada um dos blogueiros.








Logo na entrada, barricas e garrafas de espumante (essas ele não vende), faziam parte de um cenário raro dentro da realidade vinícola dos produtores de vinhos finos da Serra Gaúcha. Um labirinto de garrafas, barricas  e garrafões, surgiam como num filme.








Bettú pediu silêncio para não acordar a família e logo de cara disse que naquele horário deveria estar no carteado.


Os garrafões são usados para decantar o vinho antes do engarrafamento, 


Quando peguntamos sobre quantidades, as respostas não são precisas, mas surpreendentes.


“Faço poucas garrafas! Umas 160 de cada rótulo!”








A conversa fica mais interessante quando Bettú abre uma bela sala de degustações e começa a buscar as garrafas. Começamos com o espumante invendável.





  


Antes ele desapareceu, quando fomos ver onde estava, disse que saiu para se proteger para uma operação perigosa, o degorgement.


A perlage era nervosa, fina.


O vinho de ótima qualidade.


Bettú conversou com a naturalidade de quem encontra velhos amigos, mesmo sabendo que todos estavam ali pela primeira vez.


“piso todas as uvas, com meus chulés e tudo”.


Nada ali era conhecido, comum, banal.


A personalidade de Bettú, que não  sabe o que é marketing, não quer saber e tem raiva de quem sabe, é capaz de encantar qualquer amante do vinho.


Bettú é Bettú e pronto!


Os vinhos foram surgindo um atrás do outro e só terminaram quando pedimos a lista de preços com  56 vinhos diferentes.


Vinho orgânico?


“Aqui quem diz que faz isso mente! Com essa umidade se as uvas não são protegidas como se deve não temos vinhos”.





O pedido de silêncio na entrada foi desnecessário, o silêncio para ouvir as histórias de Bettú veio naturalmente, respeito pela sabedoria, pela paixão, convicção e romantismo.








Isso, achei a palavra! Eu e mais seis blogueiros passamos mais de 2 horas com o último romântico do promissor mercado de vinhos brasileiros.








Por esses dias, mostrarei um vídeo com a visita completa na pequena vinícola do Bettú. 


Todas as fotos foram cedidas pelo Gil Mesquita - www.vinhoparatodos.blogspot.com



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