quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Gianpaolo o Caçador de Turistas





No principal café da única praça de um vilarejo piemontês Gianpaolo
senta-se pela manhã, abre o jornal, pede um expresso e espera.

Gianpaolo é um típico italiano boa pinta, alto, magro, bem barbeado,
cabelos negros caminhando para o grisalho e os olhos azuis que não
cansam de reparar em volta.
A falta de emprego no ramo de
administração de empresas empurrou Gianpaolo para o ramo do turismo.

Bem, é melhor parar por aqui, os turistas estão chegando.

Japoneses,
americanos, ingleses, canadenses e até alguns brasileiros descem do
ônibus e correm para o banheiro, pedem café, conversam e procuram
informações.

Um guia Parker aparece nas mãos de um turista americano.

É a
deixa para Gianpaolo entrar em cena: procuram bons vinhos?

-Gostaríamos de visitar alguma vinícola na região.

Estão falando com a pessoa certa, prazer em conhecê-los Gianpaolo Di Ricco.
A
partir daí outros turistas se juntaram a Gianpaolo e o dia estava
garantido.

Foram várias visitas entre copos e mais copos de Barolos,
Barbarescos, Dolcetos e até um almoço com vista para vinhedos
centenários.
15% do que os turistas consumiam era de Gianpaolo.

Tiravam fotos com ele, marcavam encontro para o dia seguinte e não
faltavam convites para que ele fosse visitá-los em seus países.
Estava tudo
perfeito não fosse a beleza de Gianpaolo.

Uma inglesa de nome Karine
aproveitou a empolgação do marido entre um copo e outro e conversava em
voz baixa com o italiano.

Foi o suficiente para o marido se aproximar,
balançar a cabeça para Gianpaolo e se retirar.

Karine foi atrás dele,
assim como os americanos, japoneses e canadenses.

Os brasileiros não se
abalaram, se aproximaram de Gianpaolo e perguntaram: o que houve?
Sou
italiano e os ingleses não entendem isso.

Falávamos de assuntos
familiares, filhos cachorros, minha mulher grávida, o clima na
inglaterra...
A mulher de um dos brasileiros não se conteve: se você fosse baixinho, gordo e careca não haveria problema.
Esse tipo de problema não, mas teria menos trabalho e estaria solteiro até hoje.

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