Paulo Laureano é quase uma unanimidade em Portugal. Não é uma unanimidade para não cair na famosa frase de Nelson Rodrigues de que toda unanimidade é burra.
Mas o respeito e a admiração que Paulo Laureano conquistou é enorme.
O bom de tudo isso é que quando a pessoa chega a esse nível de reconhecimento, tem margem para ousar e conseguir, muitas vezes, resultados surpreendentes.
Provei esse vinho na degustação dos vinhos do Alentejo, que me surpreendeu, principalmente, pelo fato de ser uma variedade que eu nunca havia provado como varietal.
O Rui Falcão, que dirigia a degustação, contou que esse era o único varietal de Tinta Grossa produzido até hoje, pois a variedade está plantada misturada nos vinhedos com outras variedades.
Rui também explicou que a tinta grossa é muito rústica, nervosa, com taninos difíceis.
Aí entra o trabalho do Paulo Laureano e praticamente muda a fama da variedade.
O vinho tem mesmo os taninos marcantes, mas, nas mãos do Paulo Laureano, ficaram interessantes, menos agressivos e, com certeza, ficariam perfeitos com a comida.
Pensei num Leitão da Bairrada (comentário que os alentejanos certamente não vão gostar).
No nariz notas de caramelo, cereja, mentolado, mineral.
Na boca tem bom volume, concentrado, encorpado, boa acidez e equilíbrio.
O final é longo, como deve ser.
São produzidas poucas garrafas, todas numeradas.
Importado pela Adega Alentejana.
91/100 Pontos.
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