domingo, 18 de setembro de 2011

Decanter apresenta vinhos para consumidor iniciado






Sempre pioneira a Decanter mostrou na semana que passou, vinhos que outro importador que não tivesse coragem não importaria.
Os vinhos são excelentes!
Impecáveis!
Porque então não importariam?
Porque não ousam.
Normalmente é mais fácil vender vinhos de regiões conhecidas variedades que estão na ponta da língua e preço baixo.
Vinhos com personalidade surpreendente, preços justos, mas acima do valor aceitável para um enófilo iniciante.
Vinhos para deixar maluco qualquer um que tenha uma litragem respeitável.


Começamos provando o espumante Vouvray Méthode Traditionnelle Brut Réserve 2002 do Domaine du clos Naudin.
Um espumante do Loire que poderia ser servido como Champagne que todos elogiariam.
A cor mostra os quase 10 anos.
Dourado, brilhante com borbulhas minúsculas e nervosas.
Passou 60 meses sobre as leveduras.
No nariz tem aquele aroma característico de em belo brioche saindo do forno.
Tem ainda notas de maçã cozida, manteiga, e flores.
Na boca é muito cremoso, muito elegante, muito bom!
O final é longo.
Elaborado com uvas Chenin Blanc de vinhedos de quase 40 anos.
189 reais, na Decanter.

Depois fomos para o Jura!
Seguimos para o Excelente Arbois Blanc Naturé "Ouillé" 2009, do Domaine Rolet.
Ouillé significa que sempre que a quantidade de vinho na barrica foi preenchida periodicamente para não deixar espaço para o ar, evitando a oxidação.
É o que se faz normalmente, só utilizam esse termo para diferenciar do próximo vinho que é o tradicional Savagnin Non Ouillé.
Passou 12 mêses em barricas francesas.
No nariz notas de pêssego, funghi seco, baunilha e frutas secas.
Na boca o é bastante mineral, tem bom corpo, muita elegância e final bastante longo.
105 reais.

Já o Savagnin 2004, do Domaine Rolet, é definitivamente um vinho para deleite de iniciados.
Esse sim é um Non-Ouillé. 
No nariz parece um Jerez, o brilhante Guilherme Correa (melhor sommelier do Brasil de 2006) explicou que é uma pegadinha para cursos.
Maldosa pegadinha, pois seria difícil não cair.
Eu cairia!
Um profundo aroma de curry.
Muito interessante e inconfundível.
Tabaco e frutas secas também dão as caras.
Na boca é menos do que se esperava, mas é um vinho bem interessante.
Custa 175 reais.



Me encantei completamente com o Spätburgunder Grosses Gewächs 2007, do produtor Meyer-Näkel. 
Um Pinot Noir de sonho!
O melhor vinho da prova.
Um dos melhores Pinots que já provei (confesso que não foram poucos).
O vinho é elaborado numa região alemã onde os tintos dominam.
Uma região fria (paralelo 50), mas que elabora esse vinho com 14% de álcool.
O Guilherme explicou que a insolação desse vinhedo é uma coisa impressionante.
Os vinhedos ficam em terraços como no Douro e o solo é de xisto.
São vinhas velhas de Pinot Noir na região de Ahr.
No nariz framboesa, cereja, terra, canela, alcaçuz e cravo.
Na boca boa fruta, encorpado, salgado, elegante demais.
Final loooonnngooo!!!
Custa 355 reais.

Passamos para o Chinon Clos de L'Echo 2008, de produtor Couly-Dutheil.
Um fato curioso é que estes vinhedos pertenceram ao escritor François Rabelais, que nasceu ali mesmo em Chinon.
Vinhedo histórico!
100% Cabernet Franc de vinhedos de quase 60 anos.
Passou 18 meses em barricas francesas e grandes cubas de madeira.
No nariz amora, cassis, cereja, ameixa, ervas aromáticas, defumado e azeitona preta.
Na boca é encorpado, macio, bom equilíbrio, elegância e final longo.
Custa 127 reais.

Do Loire para a Terrinha!!!
Altas Quintas Reserva-DO 2005.
Fermentado em balseiros Seguin Moreau (a marca de barrica francesa de maior prestígio), depois mais 24 meses em barricas novas de carvalho francês.
Tem 14,5% de álcool.
Variedades Trincadeira e Alicante Bouschet.
No nariz muita fruta.
Amora, mirtilo, cereja.
Muita especiaria também, coco queimado, couro, cânfora e caramelo.
Na boca é encorpado, bem equilibrado e elegante.
Tem boa acidez e longo final.
Custa 160 reais.

Passamos para um Ribeira del Duero.
Cair 2008, do Dominio de Cair.
Vinho elaborado com vinhas velhas de Tempranillo.
No nariz morango, framboesa, chocolate e café.
Na boca é encorpado e macio.
Final longo.
Custa 160 reais.

Hora de voltar pra França!
Château Boucassé Vieilles Vignes 2004, do produtor Alain Brumont, é um Tannat francês.
No nariz amora, mirtilo, alcaçuz, terra e couro.
Na boca o vinho tem taninos firmes, final longo com leve amargor e baunilha no retrogosto.
Custa 190 reais.

Encerramos com o Vouvray Moelleux 2009 do Domaine Clos Naudin.
Um vinho de sobremesa bastante elegante.
Notas de mel, compota de casca de laranja e doce de maçã.
Deve ir muito bem com uma Tarte Tatin.
Na boca tem corpo médio, elegância e boa acidez.
Custa 229 reais.
Todos os vinhos são vendidos e importados pela Decanter www.decanter.com.br

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